Bolsonaro diz que 7 de Setembro será ‘ultimato’ a ministros do STF
Da Redação
03 de setembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h20)Presidente passa a semana oscilando entre promessas de ‘paz’ e de ‘guerra’, mas deixando claro quem são seus alvos na mais alta corte do país
O presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (3) que as manifestações governistas do dia 7 de Setembro serão“um ultimato” para juízes do Supremo Tribunal Federal.
Sem citar nominalmente seus maiores antagonistas na corte máxima do país – os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso – Bolsonaro disse:“nós não criticamos instituições ou Poderes; somos pontuais; não podemos admitir que uma ou duas pessoas que, usando da força do Poder, queiram dar novo rumo ao nosso país.”
O presidente afirmou ainda que“essas uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar”. “E o recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas, na próxima terça-feira, dia 7, será um ultimato para essas duas pessoas”, afirmou. “Curvem-se à Constituição, respeitem a nossa liberdade, entendam que vocês dois estão no caminho errado porque sempre dá tempo para se redimir”, completou em referência aos juízes. As declarações foram feitas na cidade baiana de Tanhaçu, onde o presidente foi inaugurar um trecho de linha ferroviária.
Moraes e Barroso lideram as reações judiciais contra o discurso golpista de Bolsonaro. Como relator do inquérito das fake news e do inquérito das milícias digitais, Moraes mandou prender o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e ordenou operações contra o cantor Sérgio Reis, após os dois fazerem ameaças à democracia. Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Barroso abriu um inquérito administrativo contra o presidente por suas declarações falsas quanto à segurança das urnas eletrônicas.
Acuado pela reação do Judiciário, por suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19, por índices ruins na economia e por uma impopularidade recorde, Bolsonaro investe contra os ministros do Supremo dizendo que eles cerceiam a “liberdade de expressão” dos bolsonaristas. O presidente também costuma dizer que o tribunal tira a “liberdade” dos brasileiros de ir e vir, pelo fato de validar as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos na pandemia.
O discurso de Bolsonaro oscilou durante a semana.Na quarta-feira (1º), ele disse que “quem quer a paz, se prepare para a guerra”. Na quinta-feira (2), afirmou que ninguém precisa temer as manifestações de 7 de Setembro, ao ser cobrado pelo presidente do Supremo, Luiz Fux. Agora, sexta-feira (4), voltou ao ataque.
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