Extra

Bolsonaro ataca vacina infantil e espalha desinformação

Da Reuters

06 de janeiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h17)

Presidente minimiza mortes de crianças por covid e questiona segurança de imunizante aprovado pela Anvisa. Declaração é dada um dia depois de Ministério da Saúde incluir doses pediátricas em campanha de vacinação

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

FOTO: ADRIANO MACHADO /REUTERS

Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto, no dia 16 de dezembro de 2021: presidente foi internado na segunda-feira (3), com quadro de suboclusão intestinal.

Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto, no dia 16 de dezembro de 2021: presidente foi internado na segunda-feira (3), com quadro de suboclusão intestinal.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou suspeitas infundadas sobre a vacinação de crianças contra a covid-19 e atacou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quinta-feira (6) durante entrevista para uma rádio de Pernambuco. Os ataques ocorreram um dia após o Ministério da Saúde incluir a faixa etária de 5 a 11 anos na campanha nacional de imunização contra o coronavírus.

Bolsonaro afirmou na entrevista que não conhece crianças que morreram de covid-19. Dados das secretarias estaduais de Saúde mostram que 311 brasileiros entre 5 e 11 anos morreram da doença no país do início da pandemia até 5 de janeiro de 2022— o que equivale a cerca de uma criança morta a cada dois dias. Em fala à rádio, o presidente também sugeriu que há interesses por trás da aprovação das vacinas pediátricas.

Você vai vacinar teu filho contra algo que o jovem por si só a possibilidade de morrer é quase zero? O que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso? Qual é o interesse das pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? Pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças, e não estão. Quando se trata de criança, não se deixe levar por propaganda

Jair Bolsonaro

presidente da República, em entrevista nesta quinta-feira (6)

Bolsonaro ainda considerou lamentável a decisão da Anvisa de autorizar a vacina no dia 16 de dezembro e repetiu que sua filha Laura, de 11 anos, não será vacinada. Outra insinuuação foi de que podem existir efeitos colaterais desconhecidos na vacinação infantil, apesar de testes clínicos da Pfizer e o parecer da Anvisa terem garantido que o imunizante que será usado no Brasil é seguro e eficaz.

O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (5) o cronograma de chegada das vacinas da Pfizer para a faixa etária de 5 a 11 anos. O imunizante, ainda não disponível no país, tem uma dosagem menor que a dos adultos. Segundo o anúncio da pasta, as primeiras doses devem chegar no dia 13 de janeiro. O plano de imunização priorizará crianças com comorbidades e estabelecerá um intervalo de oito semanas entre as duas doses.

Crítico à vacinação infantil desde dezembro, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu realizar após a aprovação da Anvisa uma consulta pública e uma audiência pública sobre o tema. Especialistas criticaram as iniciativas por atrasarem o início da vacinação. Nesse tempo, o ministério também cogitou exigir prescrição médica para aplicação das doses. Mal recebida pelos participantes da consulta, a proposta foi deixada de lado na quarta-feira (5).

Continue no tema

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas