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Áreas queimadas em ‘dia do fogo’ são hoje de cultivos de soja

Da Redação

08 de fevereiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h20)

Levantamento da organização Repórter Brasil cruzou coordenadas de focos de incêndio na cidade de Novo Progresso, no Pará, com informações sobre plantações. Crime de 2019 não foi esclarecido até hoje

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FOTO: UESLEI MARCELINO/REUTERS – 22.08.2019

Paisagem noturna, com fumaça forte e alaranjada na floresta.

Fumaça se espalha durante um incêndio em uma área da floresta amazônica perto de Humaitá, Amazonas

Mais de dois anos depois do chamado “dia do fogo”, entre 10 e 11 de agosto de 2019, quando fazendeiros na cidade de Novo Progresso, no Pará, queimaram parte da floresta amazônica, a área foi tomada por plantações de soja , segundo levantamento da organização Repórter Brasil.

A análise, publicada nesta terça-feira (8), cruzou dados das áreas atingidas pelo fogo em 2019 — usando dados de alertas de incêndio de satélites da Nasa — com informações sobre os cultivos. Em Novo Progresso, a produção de soja passou de 24 mil toneladas em 2018 para 41 mil em 2020, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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focos de incêndio foram registrados no “Dia do fogo” na área afetada, de cerca de 3 km²

O “dia do fogo” em Novo Progresso ocorreu em meio a uma onda de queimadas na Amazônia no início do segundo semestre de 2019. Na época, o jornal local Folha do Progresso noticiou que o objetivo das pessoas que iniciaram as queimadas era chamar a atenção do governo. “Precisamos mostrar para o presidente que queremos trabalhar e o único jeito é derrubando”, segundo um dos organizadores da iniciativa. Em 19 de agosto, uma massa de fumaça atribuída em parte a incêndios na região amazônica chegou até São Paulo, escurecendo o céu da cidade.

A Polícia Civil e a Polícia Federal até hoje não esclareceram quem foram os responsáveis pelas queimadas em Novo Progresso, segundo a Repórter Brasil. A linha de investigação é a de que “o crime foi organizado por empresários e fazendeiros”, que chegaram a ser interrogados e tiveram documentos apreendidos.

Em 2019, o primeiro do governo de Jair Bolsonaro, o país registrou forte aumento nos índices de desmatamento. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram que o desmate entre o segundo semestre de 2019 e o primeiro de 2020 foi o maior em 12 anos.

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