Extra

Garimpo ilegal cresce na terra indígena Yanomami em 2021

Da Reuters

11 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h27)

Relatório afirma que cidades inteiras foram criadas dentro de território, puxadas pela expansão da atividade. Presença de garimpeiros na região aumentou 46% em um ano

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

FOTO: BRUNO KELLY/REUTERS – 17.ABR.2016

Indígena Yanomami acompanha agentes do Ibama durante operação contra garimpo ilegal na floresta amazônica

Indígena Yanomami acompanha agentes do Ibama durante operação contra garimpo ilegal na floresta amazônica

Dados do relatórioYanomami sob ataque!, divulgado nesta segunda-feira (11) pela Hutukara Associação Yanomami com apoio da organização ISA (Instituto Socioambiental), mostram que o garimpo na terra indígena Yanomami, em Roraima, cresceu 46% em 2021. O avanço desordenado da atividade tem levado à criação de vilas inteiras com mercados, pousadas e internet e causado destruição, doenças e violência no território, segundo o texto.

A terra Yanomami é a maior terra indígena do país. A presença do garimpo na região já havia crescido entre 2016 e 2020. Nesse período, houve aumento de 3.350% nos registros de operações ilegais na região. O setor cresceu no contexto da crise orçamentária no governo federal, além do aumento do desinteresse na proteção das terras indígenas. Agências ambientais ficaram sem recursos e sem pessoal, o que enfraqueceu postos de atendimento no território.

Com fotos aéreas e de satélites das ocupações do garimpo, o relatório mostra que 273 das 350 comunidades indígenas e 16 mil indivíduos na terra Yanomami estão sendo afetados pela invasão da atividade, que se profissionaliza com apoio de transporte aéreo, internet e cidades criadas a beira dos rios. De janeiro a dezembro de 2021, cerca de 32 km² foram desmatados no território, quase três vezes o registrado em 2018, quando o monitoramento do ISA foi iniciado.

Investigações da Polícia Federal em decorrência das operações mostram que há relações entre o garimpo na terra indígena e empresas de Boa Vista, capital de Roraima. Segundo o estudo divulgado nesta segunda (11), o dinheiro obtido com a venda de ouro ilegal abastece o comércio legalizado da cidade.

A falta de fiscalização, brechas nas leis e o alto preço do ouro atraem para o garimpo grupos criminosos organizados. Investigações na região dão conta da atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) no fornecimento de equipamentos, armas e segurança para os garimpos, aponta o relatório.

Continue no tema

NEWSLETTER GRATUITA

Nexo | Hoje

Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Gráficos

nos eixos

O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você

Este site é protegido por reCAPTCHA e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço Google se aplicam.

Navegue por temas