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Bolsonaro diz que acordo do TSE com o WhatsApp é ‘inaceitável’

15 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h27)

Tribunal conseguiu que nova ferramenta da plataforma, que permite grupos com milhares de pessoas, funcione no Brasil só depois das eleições. Ideia é combater desinformação

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FOTO: REPRODUÇÃO /FACEBOOK JAIR BOLSONARO

Jair Bolsonaro sorri, vestido com jaqueta de couro, com apoiadores ao fundo em suas motos, na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo

Jair Bolsonaro e apoiadores na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo

Durante uma motociata em São Paulo nesta sexta-feira (15), Jair Bolsonaro disse a apoiadores que é “ inadmissível e inaceitável ” o acordo fechado entre o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o Whatsapp para que a nova ferramenta da plataforma, que permite grupos com milhares de pessoas, só comece a funcionar no país depois do segundo turno das eleições em outubro.O acordo visa evitar a disseminação de desinformação na campanha de 2022, na qual o presidente vai tentar reeleição.

Já adianto. Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido, este acordo que por ventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento

Jair Bolsonaro

presidente da República

As declarações de Bolsonaro foram dadas em Americana, cidade do interior que foi destino da moticiada que partiu da capital paulista. “O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma especial para o Brasil. Censura, discriminação, isso não existe. Ninguém tira o direito de vocês, nem por lei, quem dirá por um acordo”, disse o presidente. No sábado (16), em entrevista para a emissora CNN Brasil, o presidente declarou que vai procurar a representação da plataforma no país para tratar da decisão. “Se pode fazer acordo com o TSE, pode fazer comigo também”, declarou .

Parte da centenas de motociclistas que o acompanham pagou R$ 10 para ficar próximo do presidente durante o trajeto de 120 km, segundo ojornal O Estado de S. Paulo. A pista sentido interior da rodovia dos Bandeirantes foi bloqueada.

O evento foi organizado pelo grupo Acelera para Cristo, uma versão cristã de outras motociatas que o chefe do Executivo já participou em diversos estados como Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro, entre outros.

Os bolsonaristas disseram ter realizado “a maior motociata do mundo” nesta sexta (15). O sistema de pedágios da rodovia dos Bandeirantes registrou a passagem de 3.703 motos. Esse número é 44% menor do que o número de participantes que se reuniram em 12 de junho de 2021, na primeira edição do evento, quando 6.661 veículos acompanharam o presidente.

As motociatas em apoio a Bolsonaro, que se tornaram corriqueiras, já custaram R$ 5 milhões aos cofres públicos, segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, realizado a partir de 50 pedidos via Lei de Acesso à Informação sobre as despesas.

O cálculo do jornal levou em conta custos com o cartão de pagamento do governo federal, informados pela Secretaria-Geral da Presidência, e também os gastos assumidos pelos estados: toda vez que o evento ocorre, são os estados que precisam garantir a segurança necessária, tanto para o presidente e sua comitiva como para a população. Isso mobiliza, por exemplo, diversos agentes da polícia militar.

Os passeios de moto de Bolsonaro vêm garantindo ao presidente um acolhimento e apoio junto à sua base mais fiel de apoiadores, além de ser palco para pautas autoritárias defendidas por Bolsonaro, como ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao sistema de voto eletrônico.

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