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Forças Armadas são ‘orientadas a atacar’ eleição, diz Barroso

Da Redação

24 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h28)

Ministro do Supremo afirmou que militares não podem se deixar levar pelo ‘universo da fogueira das paixões políticas’, numa referência indireta a Bolsonaro. Ministério da Defesa responde dizendo que fala é ‘ofensa grave’

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FOTO: ROSINEI COUTINHO/STF – 11/5/2017

Luís Roberto Barroso participa de sessão do plenário do Supremo

Luís Roberto Barroso participa de sessão do plenário do Supremo

Em vídeoconferência realizada neste domingo (24) para a Hertie School, universidade de Berlim, na Alemanha, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, disse que as Forças Armadas estão “sendo orientadas a atacar” o processo eleitoral brasileiro, a fim de desacreditá-lo. No mesmo dia, o ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, que era comandante do Exército até o início do mês, emitiu uma nota chamando a fala de“irresponsável” e “ofensa grave”.

A declaração de Barroso é uma resposta indireta a Jair Bolsonaro, que ataca as instituições usando recorrentemente as Forças Armadas como garantia. O presidente conta com um amplo apoio de generais da reserva. Parte deles, como o atual ministro da Defesa, fazem parte do governo.

Barroso destacou em sua fala que desde 1996, quando as urnas eletrônicas passaram a ser usadas no Brasil, não houve episódios de fraudes nas eleições, e ataques feitos ao sistema são infundados.

Todos nós assistimos repetidos movimentos para jogar as Forças Armadas no varejo da política. Isso seria uma tragédia para a democracia e para as Forças Armadas, que levaram três décadas para se recuperar do desprestígio do regime militar e se tornarem instituições respeitadas”, disse.

Barroso, que até fevereiro era presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), lembrou ainda da participação de Bolsonaro em um ato realizado em 2020 em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, quando apoiadores pediram o fechamento do Congresso e do STF.

O ministro também citou o desfile de veículos militares ao lado do Congresso no mesmo dia em que os parlamentares votaram (e rejeitaram) , em agosto de 2021, a proposta que instituía o voto impresso no país, apoiada por Bolsonaro. “Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória”, disse Barroso.

Numa entrevista à Rádio Tupi de Campo dos Goytacazes (RJ) em fevereiro de 2022, Bolsonaro disse que as Forças Armadas foram convidadas para integrar a comissão de acompanhamento das eleições : “posso adiantar para você que o [então] presidente do TSE, ministro [Luís Roberto] Barroso, convidou várias instituições para participar das eleições do corrente ano. As Forças Armadas foram convidadas e eu sou o chefe supremo das Forças Armadas”.

A onda de críticas ao TSE foi retomada dias depois durante a rotineira transmissão ao vivo feita pelo presidente. Sem apresentar provas, Bolsonaro disse que as Forças Armadas haviam apontado “dezenas de vulnerabilidades” no sistema eleitoral. O TSE respondeu dizendo que os militares fizeram “apenas pedidos de informações para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades. As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido”.

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