Inadimplência e endividamento têm novo recorde em abril

Da Redação

02 de maio de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h29)

Levantamento da Confederação Nacional do Comércio aponta que 77% das famílias no Brasil atrasaram contas e dívidas, maior percentual da série histórica

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FOTO: MARCELLO CASAL JR. /AGÊNCIA BRASIL

Valor passará dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.212

Pessoa conta notas de dinheiro

O número de brasileiros endividados chegou a um novo recorde em abril de 2022: segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), 77,7% fecharam o mês com alguma dívida. O percentual, de acordo a entidade, é o maior da série histórica, cujo mapeamento começou em 2010.

A inflação “ alta, persistente e disseminada ” é o que explica o salto, segundo José Roberto Tadros, presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio). Em abril de 2021, por exemplo, 67,5% das famílias tinham dívidas a vencer – o aumento para 2022 foi de 10,2 pontos percentuais.

De acordo com a confederação, o cartão de crédito é o tipo de dívida mais comum: 88,8% das famílias têm compras e parcelas a vencer, o que indica, diz a CNC, que o endividamento está ocorrendo sobretudo no consumo de curto prazo. O rotativo do cartão é uma das dívidas com o custo mais elevado para o consumidor. Segundo o Banco Central, o juro médio total cobrado pelos bancos em fevereiro de 2022 foi de 355,2% ao ano . Nos parcelamentos, 174,3%.

A inadimplência, ou seja, quando a pessoa têm dívidas e não consegue realizar o pagamento, também chegou a índices históricos. A proporção de famílias com contas em atraso é de 28,6%. A fração que declarou que continuará inadimplente atingiu 10,9%, maior patamar desde dezembro de 2020, diz a CNC.