FOTO: EDUARDO P/WIKIMEDIA COMMONS

Moradores da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, relataram mortes por facadas durante a chacina ocorrida na terça-feira (24). A polícia computou 23 mortos durante a operação.

Ao jornal Folha de S.Paulo, uma moradora disse que ela, o marido e a filha pequena acordaram às 3h30 da manhã com os disparos e ficaram deitados no chão por uma hora, quando quatro policiais militares entraram na casa. Após a indicação de que havia um homem escondido nos fundos da residência, os agentes “foram pra lá e mataram o cara a facadas ”.

Rodrigo Mondego, procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), disse nas redes sociais que teve acesso ao corpo de um homem com marcas de facadas . Segundo Mondego, o rosto dele estava coberto de pó branco. De acordo com fonte anônima ouvida pelo portal UOL, moradores afirmaram que policiais haviam obrigado o homem a comer cocaína antes de assassiná-lo a facadas.

A chacina na Vila Cruzeiro foi a segunda operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro,equiparando-se à chacina da Vila Operária em Duque de Caxias, em 1998, e ficando atrás apenas do massacre de Jacarezinho, que acabou com 28 mortes em maio de 2021.

As chacinas policiais não são fato isolado e são parte do cotidiano do estado. Segundo relatório do Geni/UFF (Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense), 2.374 pessoas morreram em chacinas e operações policiais em comunidades da região metropolitana do Rio de Janeiro entre 2007 e 2021.

NOTA DE ESCLARECIMENTO: As autoridades do Rio chegaram a divulgar que a operação na Vila Cruzeiro havia deixado 26 mortos. O número consolidado, porém, é de 23 vítimas fatais. A informação foi atualizada às 13h52 de 27 de maio de 2022.

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