FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL/20 DE MAIO DE 2022

A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, afirmou nesta segunda-feira (4), em entrevista à Globonews ,que afastou assessores vinculados à presidência do banco estatal devido ao escândalo de assédio sexual durante a gestão do presidente anterior, Pedro Guimarães.

Guimarães deixou a Caixa em 29 de junho sob pressão pela revelação de uma investigação sigilosa do Ministério Público Federal aberta após múltiplos relatos de funcionárias que o acusaram de assédio sexual.Ele estava à frente da estatal desde o início do governo de Jair Bolsonaro, em 2019, e é aliado próximo do presidente. Dias depois, o vice-presidente de negócios de atacado, Celso Leonardo Barbosa, também renunciou após denúncias de mesmo teor. Guimarães negou todas as acusações, assim como Barbosa.

Marques tomou posse na sexta-feira (1º). Na entrevista à emissora, disse que pediu o afastamento de todas as pessoas que “possam estar envolvidas nas denúncias” e para preservar a imagem da instituição após o escândalo. “O vice-presidente de logística será realocado para outra área… e hoje de manhã afastamos o chefe de gabinete (da presidência) e cinco consultores”, afirmou.

Ela disse que a estatal fará uma concorrência para contratar uma empresa de investigação independente para apurar os relatos e criará um canal de diálogo exclusivo com funcionárias do banco para receber denúncias. “A Caixa vai ser a mãe da causa das mulheres” , afirmou.

Sobre sua nova equipe, disse que está levando para a Caixa três integrantes do Ministério da Economia, onde ela atuava desde 2019. A primeira é Danielle Calazans, que era responsável pela Secretaria de Gestão Corporativa do ministério. “Ela será meu braço direito na gestão e na reestruturação das áreas e dos negócios do banco”, afirmou Marques. Alexandre Mota, diretor de operações da Emgea, empresa de gestão de ativos vinculada ao ministério, vai atuar na área de negócios e produtos da Caixa. Ela também levará para o banco Caroline Busatto, que estava na Secretaria de Produtividade e Competitividade, chefiada por Marques no ministério.

Em situações de trocas de comando de alto escalão, é normal que os substitutos escolham pessoas de sua confiança para ocupar cargos-chave e funções estratégicas, o que foi reforçado pela própria executiva.

Ate ser nomeada para a presidência da Caixa, Daniella Marques era secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. É nome de confiança do ministro Paulo Guedes, com quem trabalhou na Bozano Investimentos, na posição de diretora de compliance e operações e financeiras. Ao ser convidado a assumir a pasta no governo Bolsonaro, o ministro a levou para sua equipe como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos. Segundo seu currículo oficial, Marques é formada em administração pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e tem MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ. Na Esplanada dos Ministérios, é considerada boa negociadora nas tratativas com o Congresso Nacional.

(Com informações da Reuters)

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