FOTO: ANTONIO AUGUSTO/SECOM/TSE

O ministro Alexandre de Moraes assumiu a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite desta terça-feira (16). A cerimônia realizada em Brasília foi marcada por discursos que exaltaram o sistema eleitoral brasileiro, alvo de ataques recorrentes do presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição e esteve presente na posse. Em sua fala, Moraes defendeu as urnas eletrônicas, a liberdade de expressão e a democracia e condenou a disseminação de notícias falsas e de discursos de ódio.

Moraes cumprirá mandato de dois anos à frente do órgão e vai comandar as eleições de outubro. Ele substitui o ministro Edson Fachin no comando do tribunal e terá como vice-presidente o ministro Ricardo Lewandowski. A escolha de Moraes para o cargo foi realizada em junho e teve caráter simbólico.Antes de ser empossado, o ministro já ocupava o cargo de vice-presidente e seria o próximo a assumir o posto, conforme as regras de antiguidade.

“Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre as quatro maiores do mundo. Mas somos a única que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional ”

Alexandre de Moraes

presidente do TSE em discurso ao assumir o comando da corte eleitoral na terça-feira (16)

FOTO: ANTONIO AUGUSTO/SECOM/TSE

Após a declaração acima, Moraes foi ovacionado. Bolsonaro não bateu palmas, ficando imóvel. O novo presidente do TSE ainda mandou mais recados ao presidente da República, afirmando que “liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade de destruição da democracia”. O ministro também disse que a justiça eleitoral será implacável para coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas. O discurso do ministro foi seguido de muitos aplausos das autoridades presentes.

O evento reuniu os ex-presidentes Michel Temer, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney. Também participaram da cerimônia os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Parlamentares, governadores, ex-ministros do STF e outras autoridades também compareceram.

Continue no tema

• Entrevista: ‘É preciso se levantar contra a autocracia’
• Expresso: O que fazer em caso de golpe em outubro
• Expresso: Um trio contra os ataques à urna eletrônica