FOTO: UESLEI MARCELINO/REUTERS – 20.ABR.2012

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra deu início nesta segunda-feira (17) ao “abril vermelho”, iniciativa que inclui uma série de invasões de fazendas , ocupações de prédios públicos e outras ações em vários estados. O MST cobra um cronograma de assentamentos para os quatro anos do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

Pelo menos nove fazendas foram invadidas , incluindo uma área da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Petrolina (PE). As sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foram ocupadas em cidades como Porto Alegre e Fortaleza .

100 mil

famílias vivem ou frequentam acampamentos do MST e esperam para serem assentadas, segundo o movimento

No primeiro trimestre, o MST havia realizado 16 invasões de terras, segundo o coordenador nacional do movimento João Paulo Rodrigues. Em 2022, foram cerca de 40. Em março um Expresso do Nexo debateu os rumos do MST num novo governo de esquerda, após quatro anos em que essas ações do movimento perderam fôlego.

O abril vermelho de 2023, que recebe o nome de Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, acontece desde o ano seguinte ao massacre de Eldorado de Carajás. Em 17 de abril de 1996, 21 sem-terras foram mortos por policiais no Pará. À época, a Rede Globo transmitiu imagens exclusivas da matança.

Esse foi um dos primeiros episódios que deram ao MST visibilidade nacional, conforme conta um Expresso do Nexo de 2022. A imagem do movimento se transformou por meio de novela, livro, músicas e a transformação do seu boné vermelho em acessório da moda.