FOTO: DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA PETROBRAS

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (24) que vai pedir ao Ibama para rever a decisão que negou licença para a estatal explorar petróleo na bacia da foz do rio Amazonas.

A autarquia, que atua no licenciamento e fiscalização das políticas ambientais, considerou que a empresa não apresentou um plano que garanta a proteção da fauna local em caso de acidentes, e que são necessários mais estudos para saber do impacto da obra em terras indígenas. A negativa foi formalizada em 17 de maio.

“Tem que ver como a gente combina a necessidade do desenvolvimento econômico, da exploração de riquezas naturais importantes, como o petróleo, com a preservação ambiental. O Brasil já mostrou que é possível fazer isso ”

Alexandre Padilha

ministro das Relações Institucionais, ao falar sobre o impasse entre Ibama e Petrobras a jornalistas nesta terça-feira (23)

O caso gerou um embate no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Randolfe Rodrigues, líder da situação no Senado, deixou a Rede, partido da ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Ele argumenta que barrar o projeto prejudica o Amapá, por onde a obra passaria. O podcast Durma com Essa falou sobre esse atrito .

O próprio Lula disse que não descarta explorar petróleo na região. Esse é um dos planos do governo que se contrapõem ao seu discurso ambiental. O Nexo elencou em um Expresso em 1º de maio cinco propostas que ameaçam a conservação da Amazônia e o combate às mudanças.

Enquanto lida com fogo amigo de um lado, de outro Marina enfrenta a mobilização da bancada ruralista para desidratar o Ministério do Meio Ambiente. A Câmara se prepara para votar a medida provisória de Lula que reestruturou o governo federal. O relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) tira diversas competências da pasta. “Querem implementar o governo Bolsonaro no governo Lula”, disse a ministra em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta terça-feira (22).