Vereador paulistano pede ‘contrapartida’ a setor imobiliário
Da Redação
05 de junho de 2023(atualizado 28/12/2023 às 17h25)Segundo jornal Folha de S.Paulo, mensagem foi enviada a construtoras no dia da votação do Plano Diretor. Demanda se referia à reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Adilson Amadeu nega ilegalidade
O vereador de São Paulo Adilson Amadeu e o prefeito Ricardo Nunes
Adilson Amadeu (União Brasil-SP) pediu uma “contrapartida” para o Secovi-SP (sindicato patronal da habitação em São Paulo) na quarta-feira (31), dia da votação da revisão do Plano Diretor da capital paulista. O pedido do vereador foi feito via mensagem de Whatsapp obtida pela coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo.
Integrante da base aliada de Ricardo Nunes (MDB), Amadeu disse na mensagem aos diretores do sindicato que o prefeito “merece uma contrapartida” para o seu plano de reeleição em 2024 pelo “ônus político pesado” causado pelo texto de revisão do Plano Diretor que “recepcionou quase a totalidade dos pleitos” do Secovi.
“Politicamente se estabeleceu nesta oportunidade um ônus político pesado ao amigo prefeito Ricardo Nunes, e desta forma questiono o que o Secovi fará para ajudar o nosso prefeito em sua reeleição? Desculpe o desabafo, mas uma política sensível desta merece uma contrapartida à altura, e espero sinceramente que o ajude a mostrar à cidade que o prefeito, ao escutar vossa entidade, tomou a melhor escolha para o município bem como para o seu progresso político”
Em sua resposta à reportagem da Folha, Amadeu disse que a“contrapartida” foi uma cobrança para que as construtoras façam obras de habitação social. O vereador afirmou que a mensagem foi enviada por e-mail e no grupo de WhatsApp de outros colegas da Câmara Municipal. Ele também afirmou que não consultou Nunes sobre o pedido.
A revisão do Plano Diretor, principal lei de planejamento urbano da cidade, foi aprovada na quarta (31), em primeira votação. A proposta deve passar por uma segunda apreciação no dia 21 de junho. Caso seja aprovado, o texto segue para sanção ou veto de Nunes. A votação foi marcada por protestos de vereadores da oposição. Urbanistas também reprovaram o texto. As críticas se referem tanto ao conteúdo da proposta, que flexibiliza as regras para construções, quanto à forma como foi apresentada, como o Nexo mostrou em Expresso .
Amadeu já foi alvo de outras polêmicas. Em fevereiro, a Justiça confirmou sua condenação por injúria racial após uma fala antissemita contra o também vereador Daniel Annenberg (PSB). A revista Veja São Paulo contou que o caso ocorreu em 2019, durante uma sessão da Câmara Municipal. Annenberg foi chamado de “judeu bosta” e “judeu filho da puta” pelo colega. Amadeu disse que vai recorrer da decisão.
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