FOTO: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO/FLICKR – 27/03/2019

Rodrigo Goulart (PSD), relator da revisão do Plano Diretor paulistano, cedeu às pressões da oposição ao governo de Ricardo Nunes e de urbanistas e decidiu nesta segunda-feira (19) reduzir de 1.000 para 800 metros o raio em que prédios sem limite de altura poderão ser feitos ao redor de estações de metrô.

Também deverão sair do texto, já aprovado em primeira votação, as mudanças no pagamento por construtoras da chamada outorga onerosa, que prejudicariam o fundo destinado a moradias populares, incentivos para o aumento do número de vagas de garagens e a possibilidade de prédios mais altos que o Mirante de Santana, que afetariam o trabalho de instituto meteorológico no local.

600 metros

é o limite atualmente em vigor

As flexibilizações trazidas pelo projeto sobre o entorno das estações de metrô, mesmo com o recuo, vão fazer com a que a cidade ganhe cerca de 43 km2 a mais das chamadas áreas passíveis de verticalização com regras mais flexíveis. Considerando outras mudanças propostas, se a nova versão do texto for aprovada, São Paulo terá um aumento de 83% desse tipo de área, um percentual considerado ainda elevado demais por urbanistas, informou o jornal O Estado de S. Paulo.

O afrouxamento dos limites de construção atende às demandas de empreiteiras. Mas especialistas têm apontado que determinados bairros não vão dar conta do adensamento da população, pois já sofrem com trânsito de carros excessivo e dificuldades para o escoamento das chuvas. Este Expresso do Nexo destrinchou todas as críticas ao projeto.

O Nexo também elaborou um glossário para você acompanhar o debate sobre o Plano Diretor, que deverá ter sua votação definitiva na sexta-feira (23).