A incerteza como regra num mundo com o futuro mais nebuloso
Camilo Rocha
15 de dezembro de 2020(atualizado 28/12/2023 às 13h03)Ao longo de dezembro, o ‘Nexo’ destaca 20 características do nosso tempo que foram escancaradas em 2020. Neste capítulo, mostra como o ano explicitou as dificuldades de se planejar para o que virá
Temas
Compartilhe
Pandemia do novo coronavírus gerou incertezas para fazer planejamentos
A viagem adiada, o emprego sob risco, o negócio próprio sem receita, a escola sob dúvida , a possibilidade de trazer um vírus para casa cada vez que se vai ao supermercado. São situações da pandemia do novo coronavírus que criaram uma rotina formada por incertezas.
A incerteza já era um fator definidor da década de 2010 – uma sensação alimentada por dificuldades econômicas, divisões políticas, aceleração tecnológica e problemas ambientais. Intensificou-se a ausência de fixidez nos diversos aspectos da vida, algo que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman definiu como sendo a marca de um “mundo líquido ”. Até a tradicional âncora dos fatos e da verdade se soltou, à medida que a desinformação ganhou terreno .
Na crise sanitária, o futuro ficou em aberto. Tradicionais pilares de certeza, como governos, médicos e cientistas, tentam entender o que acontece quase ao mesmo tempo em que a população.
Setores econômicos e sociais ficaram à mercê da sorte. Cinco milhões de postos de trabalho foram embora entre o fim de janeiro e o fim de abril no Brasil. Quase metade dos trabalhadores da cultura perdeu 100% da sua receita entre maio e julho no país. Cerca de 38 milhões de brasileiros, os chamados “invisíveis”, terão que enfrentar um futuro incerto quando o auxílio emergencial for interrompido.
O tempo nos pregou peças, parecendo ora arrastado, ora rápido demais. A antropóloga americana Jane Guyer caracterizou nossa vivência de tempo durante a crise sanitária de “ presentismo forçado ”: a sensação de estar preso no presente, combinada com a incapacidade de planejar o futuro.
Abaixo, o Nexo lista cinco conteúdos publicados em 2020 que ajudam a revisitar e entender o assunto.
Irmãos em enterro da avó, que teve covid-19, em Manaus
Pesquisadora na Fiocruz especializada em saúde mental em desastres e emergências, Débora Noal fala ao ‘Nexo’ sobre o impacto coletivo dos 100 mil óbitos pela covid-19 no país.
Para psicóloga, tentar negar a nova realidade imposta pela pandemia pode ser fator de estresse significativo
A psicóloga Denise Pará Diniz fala ao ‘Nexo’ sobre a necessidade de buscar sentido em meio à crise, e como o estresse pode despertar o melhor e o pior de cada um.
A revista ‘Gama’ conversou com especialistas na ciência, na ficção e na pesquisa de tendências sobre a incerteza e o futuro.
Trabalhadores da saúde se consolam após morte de colega em hospital de Leganes, na Espanha
Maria Julia Kovacs, livre docente do Departamento de Psicologia da USP, fala ao ‘Nexo’ sobre os benefícios e os riscos de um olhar negativo sobre a crise.
Cinco conteúdos da revista ‘Gama’ que trazem pensamentos e pensamentos sobre como lidar com a preocupação gerada pelo medo, pelo novo e pela incerteza.
NEWSLETTER GRATUITA
Enviada à noite de segunda a sexta-feira com os fatos mais importantes do dia
Gráficos
O melhor em dados e gráficos selecionados por nosso time de infografia para você
Navegue por temas