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Esse final de semana foi meio esquisitão, pós-greve geral com a Polícia Militar impedindo a sociedade civil de se manifestar na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, balas de arma de fogo voando no céu das favelas, uma temperatura gelada, pelo menos no Rio, a morte do cantor e compositor Belchior no sábado, entre outros acontecimentos. Aliás, a morte de artistas me traz uma reflexão sobre esse momento de passagem que acontece quando chega a nossa hora. É curioso o fato de que, quando um artista relevante morre, a sua obra permanece viva e ecoa cada vez mais forte. As pessoas estão chorando Belchior pelas suas músicas, pelas histórias que ele contou, pelas dores de amor, quase que coletivas, que compartilhou.
Fica tanta coisa. Fica tanta vida!…
Apesar dos acasos, aproveitei o final de semana para ficar na santa paz do universo e também para assistir a três filmes sobre o tempo e outros tempos.
O Afrotranscendence é um programa de imersão em processos criativos. É assim que Diane Lima, curadora e artista, define o projeto que realiza. No ano passado, em São Paulo, rolou a segunda edição do programa, que conta sempre com os imersos, grupo de artistas de todo o país selecionados pela curadoria que passam três ou quatro dias juntos experimentando e pensando sobre os trabalhos que realizam individualmente. Tem também os mentores, grupo de artistas brasileiros e do exterior convidados que exploram temas-chave da proposta curatorial em painéis. Esse encontro, entre mentores e imersos, resultou, no ano passado, numa vivência noturna em que o público era convidado a construir e desconstruir textos, músicas, danças e uma série de performances artísticas criadas coletivamente e instaladas em um prédio próximo ao terminal bandeira, região central da capital paulista.
No início do mês passado, em abril, foi lançado no site do Afrotranscencence o filme “Tempo de cura” dirigido por Ana Paula Mathias.
Yasmin Thaynáé cineasta, diretora e fundadora da Afroflix, curadora da Flupp (Festa Literária das Periferias) e pesquisadora de audiovisual no ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro). Dirigiu, nos últimos meses, “Kbela, o filme”, uma experiência sobre ser mulher e tornar-se negra, “Batalhas”, sobre a primeira vez que teve um espetáculo de funk no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e a série Afrotranscendence. Para segui-la no Twitter: @yasmin_thayna
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