Temas
Compartilhe
Há ainda muito que se aprender sobre como vivem e funcionam os corpos dos animais mais exóticos e menos estudados. Já mencionei em colunas anteriores curiosidades sobre o metabolismo de lontras e uma espécie de pássaros (chapim) cujo nome em inglês é, impagavelmente, “great tits” (tetas grandes, em tradução livre). Estes animais se mantêm aquecidos usando como aquecedores internos suas mitocôndrias , que normalmente são as baterias de nossas células, pois nos fornecem energia.
Outro animal pequeno que sobrevive ao inverno sem hibernar é o pika do platô Qinghai Tibetano, um pequeno roedor de 140 gramas que supostamente inspirou o personagem de videogames Pikachu. É raro um animal pequeno (menor que uma lata de ervilhas) sobreviver a temperaturas extremas (a média de temperatura noturna é -20°C) sem hibernar, pois corpos pequenos perdem calor com maior facilidade, tendo proporcionalmente maior superfície de contato com o ambiente. Para piorar, fontes de comida para gerar energia e calor são escassas na região – a vegetação é pobre devido ao frio e à altitude, e muito escassa no inverno.
Pikas são pequenos mamíferos que sobrevivem ao frio extremo dos platôs asiáticos sem hibernar, suplementando sua dietas com fezes de gado
Alicia Kowaltowskié médica formada pela Unicamp, com doutorado em ciências médicas. Atua como cientista na área de Metabolismo Energético. É professora titular do Departamento de Bioquímica, Instituto de Química da USP, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo. É autora de mais de 150 artigos científicos especializados, além do livro de divulgação Científica “O que é Metabolismo: como nossos corpos transformam o que comemos no que somos”. Escreve quinzenalmente às quintas-feiras.
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.
Destaques
Navegue por temas