Nossos cérebros são órgãos incríveis que conseguem interpretar informações sensoriais que recebem sobre o universo que nos cerca, e responder a estas informações, integrando as respostas dos outros órgãos do nosso corpo. Controlam pensamento, memória, emoção, movimento, e mantém nossos corpos funcionando através da coordenação de funções básicas como a respiração pulmonar, a manutenção da temperatura corporal e a sensação de fome. Esta atividade toda não acontece sem alto investimento: apesar de pesar pouco mais de 1,5 kg (cerca de 2% do peso de uma pessoa), cérebros consomem cerca de 20% das calorias que usamos em repouso . Pensar e coordenar corpos complexos como os nossos é metabolicamente custoso.

Quando pensamos em cérebros e suas atividades, sempre assumimos que o trabalho deste órgão é todo feito pelos nossos 86 bilhões de neurônios (quantificados pelo trabalho pioneiro da professora Suzana Herculano-Houzel), células que realmente são as efetuadoras da memória e do pensamento. Mas os neurônios são incapazes de realizar este trabalho sozinhos, e contam com mais 85 bilhões de células não-neuronais no cérebro para ajudá-los. Dentre estas outras células, os astrócitos se destacam pela sua plasticidade funcional: são uma espécie de faz-tudo do cérebro.

FOTO: JOÃO VICTOR CABRAL COSTA

Imagem de um astrócito captada por microscopia