Coluna

Marcelo Coelho

No Brasil, nem a propaganda sabe qual a utilidade dos bancos

10 de maio de 2023

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É como se nem as agências publicitárias conseguissem dizer para que servem seus clientes. Deixam o pobre (?) Roberto Campos Neto sozinho na sua luta ideológica em favor dos juros altos

Penso nas pequenas chateações do cotidiano; nas invenções que só vieram para atrapalhar; nas coisas que não ajudam em nada, mas continuam a existir.

Não sei quem teve, por exemplo, a ideia das portas de geladeira resistentes a arrombadores e maçaricos. Você sabe como funciona. Abriu a geladeira normalmente, para pegar, não sei, um pote de geleia. Dois segundinhos depois, você se lembra que esqueceu de tirar o litro de leite.

Pronto. A geladeira se recusa a abrir. Todos os seus anos de academia, de treino em luta livre, de prática em meditação tântrica serão em vão.

Aquela porcaria se torna à prova de dono, e você terá de esperar não sei quanto tempo para que ela volte ao normal.

Qual é o sentido? Diminuir o seu consumo de calorias? Estimulá-lo a mais exercícios de musculação? Economizar alguma coisa, provavelmente, mas economizar o quê? Dez segundos de exposição ao calor externo?

Marcelo Coelhoé jornalista, com mestrado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Escreveu três livros de ficção (“Noturno”, “Jantando com Melvin” e “Patópolis”), dois de literatura infantil (“A professora de desenho e outras histórias” e “Minhas férias”) e um juvenil (“Cine Bijou”). É também autor de “Crítica cultural: teoria e prática” e “Folha explica Montaigne”, além de três coletâneas com artigos originalmente publicados no jornal Folha de S.Paulo (“Gosto se discute”, “Trivial variado” e “Tempo medido”).

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.

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