Conheça a candidata do União Brasil à Presidência da República
Ana Elisa Faria
14 de agosto de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h42)O ‘Nexo’ continua a série de biografias dos postulantes ao Palácio do Planalto com este capítulo, que apresenta Soraya Thronicke, senadora em primeiro mandato que estreia na disputa presidencial
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Soraya Thronicke é candidata à presidência pelo União Brasil
Soraya Vieira Thronicke é a candidata do UB (União Brasil) à Presidência da República nas eleições de 2022. Nasceu em Dourados, no Mato Grosso do Sul, em 1 de junho de 1973. Tem, portanto, 49 anos.
A família de Thronicke, parte descendente de alemães, está no MS há algumas gerações, depois de migrar do Rio Grande do Sul. Ela é advogada, empresária, casada e tem um filho.
R$783.000
é o patrimônio declarado por Soraya Thronicke ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022
Ainda pequena, deixou o município de Dourados e mudou-se com a família para Campo Grande, onde cresceu. Em 2002, formou-se em direito pelo Centro Universitário de Campo Grande.
Thronicke trabalhou por alguns anos como advogada, mas dividia o tempo com as funções de empresária, cuidando dos negócios familiares: uma rede de motéis na capital do estado, Campo Grande.
Participou ativamente das várias manifestações que tomaram o país a partir de 2013, saindo às ruas para protestar contra a corrupção, trajando roupas nas cores da bandeira do país, às vezes usando camisetas que estampavam a frase: “Meu partido é o Brasil” . Naquele período, Thronicke se descrevia como “conservadora nos costumes e liberal na economia”.
Em 2017, ela entrou para o partido Novo, saindo logo depois para se filiar, em 2018, ao PSL (Partido Social Liberal).
Surfando na onda antipetista, Soraya Thronicke se elegeu senadora pelo PSL em 2018.
A parlamentar entrou para o universo político-partidário em 2017, filiando-se ao Novo. Permaneceu ali por um ano e, em seguida, migrou para o PSL que, em fevereiro de 2022, fundiu-se com o DEM (Democratas), dando origem ao União Brasil , partido do qual Soraya faz parte desde então.
Alinhado à direita no espectro político-partidário, o UB é comandado pelo deputado federal pernambucano Luciano Bivar e tem hoje a maior fatia do fundo eleitoral, bom tempo de TV para a campanha de 2022 e a quarta maior bancada na Câmara dos Deputados.
Filiada ao PSL, partido do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, Thronicke apoiou o capitão reformado do Exército nas eleições de 2018, assim como as pautas de caráter conservador e armamentistas levantadas por ele. A senadora se diz “feminina, mas não feminista” . A parlamentar também se descreve como conservadora , contra o aborto e as drogas, a favor da moral, do patriotismo e da família.
“Você sabe aquela mulher que apanha do marido aí consegue se separar dele? Aí, ela casa com outro. Aí, ela apanha, é xingada, leva pontapé. Aí, ela resolve se separar desse segundo marido para voltar para o primeiro marido. Essa mulher não pode ser o Brasil. A gente tem que dar uma opção para o brasileiro ”
Eleita senadora pelo Partido Social Liberal em outubro de 2018, Thronicke foi escolhida pela sigla, em maio de 2019, presidente do PSL Mulher , desbancando nomes como o da deputada federal Joice Hasselmann, hoje no PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira). O “departamento feminino” da legenda tinha como objetivo criar um espaço para “debates, apresentação de propostas e esforço pela ampliação da presença feminina no universo político nacional ”.
Em entrevista ao blog da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, Soraya Thronicke disse que o PSL Mulher teria “uma pauta conservadora, uma pauta família , bem dentro dos valores do governo Bolsonaro”.
Durante a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, em 2021, a congressista, vice-líder do governo no Senado na época, tomou distância de correligionários governistas e criticou o desempenho do governo no decorrer da pandemia. “ Eu defendo a ciência . Os números me diziam que esse tratamento precoce não estava funcionando, que nós precisávamos de vacina e assim se comprovou”, falou ao Estadão.
Depois que o PSL se uniu ao Democratas, formando o União Brasil , parlamentares mais alinhados a Bolsonaro deixaram a legenda para se juntarem ao presidente no PL (Partido Liberal). A senadora, no entanto, preferiu continuar no partido, em um gesto que foi interpretado como demonstração de fidelidade a Luciano Bivar.
Porém, e apesar de, vez ou outra, tecer críticas a Jair Bolsonaro sobre a condução do país, Thronicke parece querer manter uma boa relação com o presidente. Ela fez um post nas redes sociais parabenizando o mandatário pelo aniversário em março último e afirmou ao Estadão que, na campanha, vai medir possíveis comentários negativos tanto a Bolsonaro quanto a Lula.
“A campanha vai criticar tudo que tiver que ser criticado, mas acima de tudo vai ser uma campanha propositiva, não vamos perder todo o nosso tempo. Nosso tempo de TV é sagrado, nosso recurso é sagrado e vamos falar com todos, não falamos com bolhas.”
Thronicke foi anunciada candidata à Presidência pelo UB em 2 de agosto de 2022, após o cabeça do partido desistir de concorrer ao Planalto, no fim de julho, para disputar um novo mandato na Câmara. Bivar declinou da corrida presidencial depois de várias tentativas de articular um acordo para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno. Em alguns estados, entretanto, como no Amazonas e no Distrito Federal, o União Brasil não vai abraçar Thronicke, apoiando assim Jair Bolsonaro (PL) .
DISPUTA DIRETA COM BOLSONARO
No pleito de 2022, Thronicke, um rosto ainda pouco conhecido da política nacional, vai disputar o mesmo eleitor que Jair Bolsonaro. O presidente, porém, tem ampla vantagem sobre a congressista: ele figura em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, com 29% das intenções de voto, de acordo com o último Datafolha , de 28 de julho, além de contar com a máquina pública nas mãos.
DINHEIRO E TEMPO DE TEVÊ
O UB, partido da senadora, é dono do maior tempo de propaganda eleitoral neste ano, tendo cerca de 2 minutos e 7 segundos – o candidato Ciro Gomes, do PDT (Partido Democrático Trabalhista), por exemplo, deve ter, aproximadamente, 50 segundos. A sigla terá, ainda, quase R$ 800 milhões à disposição para a campanha de 2022.
Marcos Cintra foi o escolhido para o posto de vice de Soraya Thronicke na chapa pura do União Brasil na corrida presidencial de 2022.
Tem 76 anos, é economista, professor-titular da EAESP-FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas) e já foi vereador e deputado federal por São Paulo – antes de se filiar ao UB, Cintra integrou inúmeros partidos, como o PL (Partido Liberal) e o PSD (Partido Social Democrático). Ocupou o cargo de secretário especial da Receita Federal durante nove meses do primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019.
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