FOTO: ISSEI KATO/REUTERS

O governo japonês e a organização da Olimpíada de Tóquio decidiram proibir a presença de público nos jogos olímpicos, que começam em 23 de julho. Antes havia um limite de até 10 mil pessoas residentes no Japão por evento. A decisão de vetar o público foi anunciada na quinta-feira (8).

A proibição é uma resposta ao aumento de casos de covid-19 no Japão, que estão em curva crescente desde o dia 1º de julho, quando a variante delta do coronavírus,mais infecciosa que as outras, foi detectada no país. Antes do veto ao público, outras medidas já tinham sido anunciadas, como a exigência de silêncio nas arquibancadas — para evitar a dispersão de gotículas de saliva — e o cancelamento da passagem da tocha olímpica pelas ruas de Tóquio.

A realização da Olimpíada, inicialmente prevista para julho de 2020, foi alvo de protestos no Japão. Pesquisas realizadas no país mostraram que a maioria da população não aprova os Jogos a partir de 23 de julho. Segundo um levantamento, realizado pela emissora NHK em janeiro, cerca de 80% dos japoneses defendem adiar ou cancelar a Olimpíada de vez. Outra pesquisa, feita pela agência Kyodo News em abril, indica que 72% não querem os Jogos e 92% temem novas ondas de contágio do coronavírus.

Até a quinta-feira (8), o Japão tinha registrado 778 mil casos da doença, com 14.848 mortes.O número é bem inferior ao registrado em países como o Brasil, mas indica que 2021 está sendo mais mortal para o país asiático, de acordo com análise feita pelo Nexo . Cerca de 76% das mortes por covid-19 no Japão aconteceram entre janeiro e junho de 2021, mostram dados oficiais do governo japonês. A Olimpíada de Tóquio acontece durante duas semanas, até 8 de agosto.

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