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Brasil foi responsável por 40% do desmatamento mundial em 2021

Da Redação

28 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h28)

Relatório de ONG internacional mostra que o país perdeu 1,5 milhão de hectares de florestas primárias. Dados levantam preocupação

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FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS – 28.SET.2021

Vista aérea de um terreno com poucas árvores preservadas, e um quadrante de árvores queimadas

Área de floresta amazônica desmatada em Rondônia

O Brasil foi responsável por 40% do desmatamento global em 2021, segundo dados da ONG Global Forest Watch divulgados nesta quinta-feira (28). O país perdeu cerca de 1,5 milhão de hectares (15.000 km²) das chamadas florestas primárias, aquelas que se encontram em seu estado natural. A maior perda foi região norte. O número é menor do que o registrado em 2020, mas maior do que os registros de 2019 e 2018.

A taxa de perda de florestas primárias no Brasil tem sido persistentemente alta nos últimos anos. A perda relacionada a incêndios flutuou dependendo do nível de incêndios florestais fora de controle, mais recentemente com um pico em 2020 na Amazônia e no Pantanal, diz o relatório.

A ONG alerta para os perigos do avanço do desmatamento desenfreado. A perda de floresta primária no Brasil é especialmente preocupante, dada a nova evidência de que a floresta Amazônica está perdendo resistência e pode estar mais perto de um ponto de inflexão do que se pensava anteriormente, onde as interações entre desmatamento, mudanças climáticas e incêndios levam à transformação irreversível de grandes áreas da Amazônia para uma savana, completa o estudo. Em segundo lugar no ranking do desmatamento, veio a República do Congo, na África; seguida da Bolívia, que faz fronteira com o Brasil.

O desmatamento influencia diretamente a mudança climática, a maior ameaça que a humanidade enfrenta no século 21. As intensas alterações ambientais provocadas pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa podem levar a sociedade a enfrentar sucessivas crises ecológicas, econômicas, financeiras, políticas, urbanas e de abastecimento já no século 21, dizem estudos.

Alguns desses danos — mais calor, mais tempestades, mais queimadas em florestas — desde já podem ser observados e mostram consequências sociais significativas. Outros ainda estão no campo da previsão de cientistas, que se apoiam em diferentes cenários atmosféricos para calculá-los.

Ao interferir na dinâmica do clima, a emissão de gases de efeito estufa altera a dinâmica de outros elementos, como as massas de ar e as águas. Além disso, interfere nas condições para manutenção da vida na Terra. Mudanças que alteram o regime de chuvas podem provocar aumento de eventos como enchentes e períodos de seca, por exemplo. Nesse caso, a vegetação também é afetada, pois depende de chuvas para se manter.

ESTAVA ERRADO: A versão original deste texto dizia que 1,5 milhão de hectares equivaleriam a 150 mil km². Na verdade, a medida equivale a 15.000 km². A informação foi corrigida às 7h25 de 29 de abril de 2022.

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