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Bolsonaro critica ‘aventura’ de repórter e indigenista desaparecidos

Da Redação

07 de junho de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h32)

Presidente disse que viagem da dupla que sumiu na Amazônia não era ‘recomendada’. Buscas por Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari chegam ao terceiro dia

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FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS

O presidente Bolsonaro em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto

O presidente Bolsonaro em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou nesta segunda-feira (7) sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, na Amazônia. Em uma entrevista ao SBT News, o chefe do Executivo classificou a viagem de barco da dupla como uma aventura não recomendável.

“Realmente duas pessoas apenas em um barco, em uma região daquela, completamente selvagem, é uma aventura que não é recomendável que se faça. Tudo pode acontecer. Pode ser um acidente, pode ser que tenham sido executados. A gente espera e pede a Deus que sejam encontrados brevemente. As Forças Armadas estão trabalhando com muito afinco na região”, disse o presidente.

Pereira é servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio) e realiza junto aos indígenas do Vale do Javari um trabalho de preservação e proteção daquelas terras. Phillips atua como repórter freelancer e colabora com o jornal britânico The Guardian. Desde 2007, o inglês fez diversas reportagens sobre a Amazônia. Segundo nota da Univaja (União das Organizações Indígenas do Vale do Javari), a dupla foi avistada pela última vez por moradores da comunidade São Gabriel (que fica abaixo da São Rafael, de onde o barco deles havia saído). Eles navegavam em direção a Atalaia do Norte. Mais cedo, tinham visitado uma equipe de Vigilância Indígena da Funai nas proximidades do Lago do Jaburu.

O podcast O Assunto, do portal G1, obteve um áudio de Pereira enviado antes de seu desaparecimento. “Eu tô entrando no mato amanhã. Daqui a uns 15 dias ou menos até eu tô por Atalaia do Norte. E chego dia 6”, afirmou o indigenista. Segundo a nota da Univaja, a equipe havia sofrido ameaças. Recentemente, a Terra Indígena Vale do Javari, que tem 8,5 milhões de hectares, vem sendo alvo de criminosos e invasores devido a uma diminuição da vigilância do poder público na região.

Esta terça marca o terceiro dia de buscas por Pereira e Phillips. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas, foi enviado um grupo composto por nove agentes da polícia estadual, entre mergulhadores e especialistas em buscas na selva, para se juntar à equipe que já vem atuando desde domingo.

A Marinha informou que utiliza um helicóptero, duas embarcações e um jet ski nas buscas desde a manhã desta terça-feira. O CMA (Comando Militar da Amazônia) emitiu uma nota na segunda-feira (6) se colocando à disposição para auxiliar. A Polícia Federal também integra a equipe. A corporação confirmou que colheu na noite de segunda-feira os relatos das duas últimas pessoas a se encontrarem com Pereira e Phillips. Elas foram ouvidas na condição de testemunhas e suas identidades não foram reveladas.

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