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Chefe do GSI pede demissão após vídeos de 8 de janeiro

Da Redação

19 de abril de 2023(atualizado 28/12/2023 às 17h21)

Imagens reveladas pela CNN Brasil mostram ministro e agentes do gabinete circulando entre golpistas na invasão do Planalto. Órgão dispensou batalhão de segurança naquele dia

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FOTO: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

General Gonçalves Dias, chefe do GSI no governo Lula

General Gonçalves Dias, chefe do GSI no governo Lula

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general da reserva Gonçalves Dias pediu demissão no fim da tarde desta quarta-feira (19), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. É o primeiro ministro do governo a deixar o cargo neste terceiro mandato do petista.

Pela manhã, o canal CNN Brasil havia revelado vídeos do circuito interno do Palácio do Planalto em que Dias e integrantes do gabinete aparecem circulando entre bolsonaristas durante a invasão de 8 de janeiro. Um dos agentes até fornece água aos extremistas. Já era sabido que o então chefe do GSI estava lá — mas as imagens mostram ele interagindo com invasores, indicando a porta de saída para alguns deles.

“As condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste Ministério e se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados

Gabinete de Segurança Institucional

em nota oficial divulgada após as imagens serem reveladas pela CNN Brasil

Lula indicou Ricardo Cappelli como ministro-chefe interino do GSI, como registrou o site G1. Secretário-executivo do Ministério da Justiça, ele foi o interventor da Segurança Pública do Distrito Federal após a invasão dos Três Poderes.

Antes da demissão de Dias, o GSI havia dito em nota oficial que iria apurar a conduta dos agentes que estavam no Planalto no dia da invasão, conforme divulgado no site do governo.

Pela manhã, o militar havia apresentado um atestado médico para não comparecer à Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, onde falaria sobre sua atuação no dia da invasão do Planalto — Congresso e Supremo também foram tomados por bolsonaristas que pediam um golpe de Estado.

Quatro dias depois da invasão, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o GSI dispensou o batalhão do Exército que faz a segurança do Palácio do Planalto 20 horas antes do ataque bolsonarista.

O gabinete já estava sob comando de Gonçalves Dias, mas o restante da equipe era herdada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Só depois do ataque ela foi substituída por indicados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como registrou o Nexo .

A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três Poderes da República alcançou um governo recém-empossado, portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior, inclusive no Gabinete de Segurança Institucional, que foram afastados nos dias subsequentes ao episódio

Secretaria de Comunicação da Presidência

em nota oficial divulgada após a demissão de Gonçalves Dias

O GSI é formado por militares. E as Forças Armadas tiveram papel relevante na invasão dos prédios dos Três Poderes, por ação e omissão, como mostrou o Nexo num Expresso publicado ainda em janeiro.

O próprio Lula já havia falado publicamente sobre uma possível conivência de militares com os invasores. “Teve muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse”, disse o presidente, também em janeiro, como registrado pelo site Poder 360.

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