MST volta a invadir área da Embrapa em Pernambuco
Da Redação
31 de julho de 2023(atualizado 28/12/2023 às 22h04)Cerca de 1.550 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra estão em fazenda em Petrolina. Entidade diz que Lula não cumpriu acordo, e ocupa área na véspera de evento agropecuário
Integrante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra voltou a invadir nesta segunda-feira (31) uma fazenda da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Petrolina (PE). Mais de 1.550 famílias ocupam a área.
A invasão foi feita na véspera do Semiárido Show, evento de inovação tecnológica voltado para a agropecuária da região, que começa nesta terça-feira (1º) e vai até o dia 4 de agosto. O movimento diz que a área é ociosa, usada apenas para a realização da feira, e acusa o governo Lula de descumprir acordos firmados em abril, mês em que o MST invadiu esse e outros locais.
“O MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário] rompeu com todos os acordos e tenta fazer o Semiárido Show sem cumprir nada do que foi acordado para resolver a questão das famílias acampadas. Não queremos atrapalhar o Semiárido Show, mas ao mesmo tempo não vamos permitir que seja realizado se não for cumprido o mínimo do mínimo”
A invasão de 17 de abril ocorreu durante o chamado “abril vermelho”, iniciativa que incluiu uma série de invasões de fazendas, ocupações de prédios públicos e outras ações em vários estados, como o Nexo registrou .
A área da Embrapa foi desocupada uma semana depois, após um acordo do movimento com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, como contou o jornal Folha de S.Paulo. O trato previa o assentamento das cerca de 1.550 famílias na região, entre outros pontos. No domingo (30), o movimento acusou o governo de não cumprir nenhuma das demandas feitas há quatro meses. O ministério e a Embrapa ainda não se manifestaram sobre a invasão.
A ação do movimento nesta segunda-feira (31) acontece também na véspera do retorno dos trabalhos da CPI do MST, que investiga o grupo. Nesta segunda, o deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), presidente da comissão, disse em entrevista ao canal CNN Brasil que quer prorrogar o prazo de funcionamento do colegiado.
A Comissão Parlamentar de Inquérito pretende ouvir na terça-feira (1º) o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República. Deputados petistas e o MST dizem que a comissão é uma tentativa da oposição de criminalizar o movimento e conquistar palanque político, como o Nexo mostrou num Expresso .
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