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Lula demite Jean Paul Prates da presidência da Petrobras

Da Redação

14 de maio de 2024(atualizado 15/05/2024 às 21h25)

Decisão ocorre depois de atritos com alas do governo. Estatal será comandada agora por Magda Chambriard, engenheira que foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo no governo Dilma

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FOTO: Adriano Machado/Reuters - 8.dez.2022Jean Paul Prates, aprovado pelo conselho de administração da Petrobras para comandar a estatal

Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu Jean Paul Prates do comando da Petrobras, conforme revelou nesta terça-feira (14) a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Ele vai ser substituído por Magda Chambriard, engenheira que foi diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo) entre 2012 e 2016, durante o governo Dilma Rousseff.

1 ano e 4 meses

foi o tempo em que Jean Paul Prates ficou na presidência da Petrobras

Ex-senador do PT do Rio Grande do Norte, Prates vinha enfrentando resistência de alas do governo, especialmente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, político ligado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como mostrou a rede CNN Brasil.

As discordâncias giravam em torno do papel estratégico da petroleira, maior estatal do país, conforme explicou o Nexo num Expresso. Prates estaria tentando mesclar os interesses do governo aos interesses do mercado. Veja alguns dos atritos durante sua gestão:

Cronologia

PREÇOS

Já nos primeiros meses de 2023, Silveira fez pressão sobre a Petrobras para alterar sua política de preços e abandonar a diretriz de paridade com o preço internacional do petróleo. A mudança da política de preços veio em maio, mas os valores dos combustíveis voltaram a ser tema de atrito em novembro daquele ano, com o ministro e Prates trocando farpas publicamente.

REINJEÇÃO DE GÁS

Em junho e julho de 2023, Silveira e Prates tiveram atritos públicos sobre a reinjeção de gás natural no solo durante a extração de petróleo. O ministro criticou essa prática, dizendo que o material poderia ser aproveitado para ofertar mais gás no mercado interno. Prates defendeu a medida, sob o argumento de que ela leva a uma maior produtividade da exploração do petróleo.

INVESTIMENTOS

Os dois também entraram em conflito nos bastidores no final de 2023, quando a cúpula da empresa se reuniu para discutir o novo plano estratégico. Os embates giraram principalmente em torno do destino dos investimentos — se os montantes iriam para áreas como refino, conforme defendido por Silveria, ou para aportes em transição energética, conforme defendido por Prates.

COMBUSTÍVEL DO FUTURO

Outro tema da pressão liderada por Silveira sobre Prates é a discussão sobre o “combustível do futuro”, de acordo com informações publicadas na imprensa. O projeto — que foi aprovado pela Câmara e aguarda análise do Senado — prevê uma maior parcela de biodiesel no diesel vendido nas bombas. O ministro quer que essa parcela seja ocupada apenas por combustível de origem vegetal; o agora ex-chefe da Petrobras queria incluir nessa parte o diesel sintético que a empresa produz.

DIVIDENDOS

Em março de 2024, a Petrobras enfrentou uma turbulência após o conselho de administração decidir não pagar dividendos além do mínimo requerido. Além de expor o descontentamento de acionistas privados minoritários, o caso opôs Silveira, pró-retenção, e Prates, favorável à distribuição de parte dos dividendos extraordinários. Em abril, a empresa voltou atrás ao menos parcialmente e determinou o pagamento.

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