FOTO: REPRODUÇÃO/G1

Estudantes e professores invadem Assembleia do Paraná

Estudantes e professores invadiram nesta segunda-feira (3) a Assembleia Legislativa do Paraná, interrompendo temporariamente a votação de um projeto de lei que prevê transferir a administração de 200 colégios estaduais para empresas privadas. Após tomarem o prédio, os manifestantes foram até as galerias do plenário.

Governistas decidiram então conduzir a sessão de forma remota. O texto, de autoria do governo Ratinho Jr (PSD), foi aprovado no início da noite. Os deputados estaduais ainda precisam aprovar o projeto em segundo turno e emendas. Isso deve ocorrer nesta terça-feira (4). Depois, a matéria segue para a sanção do governador.

“Destaca-se que o Programa Parceiro da Escola pretende desonerar o gestor escolar de responsabilidades administrativas e financeiras para que possa concentrar seus esforços nos aspectos pedagógicos de sua função”

Governo do Paraná

em mensagem enviada à Assembleia quando o projeto de lei foi apresentado aos deputados em 27 de maio

O sindicato dos professores do estado afirma que a privatização da área da gestão, já adotada em dois colégios num projeto-piloto, pode levar a transferência de profissionais e até a demissões. A categoria entrou em greve, como mostrou a revista Carta Capital. A paralisação foi considerada ilegal pela Justiça.

A oposição critica a pressa do governador Ratinho Jr na aprovação do projeto, que tramitou em regime de urgência. “No projeto não fala quanto é o custo médio, e nem sequer tem o relatório orçamentário-financeiro, que deslegitima o texto”, disse deputado estadual Arilson Chiorato (PT), conforme registrou o site G1.

Ratinho Jr diz que as duas escolas onde o programa já funciona foram “transformadas”. O governador afirma ainda que a tramitação do projeto de lei é “democrática”, segundo publicou o jornal Gazeta do Povo.

Além de 200 colégios que devem ter a gestão transferida para o setor privado, o Paraná já tem mais de 300 escolas com PMs participando da administração, dentro do modelo de escolas cívico-militares, conforme informou a revista Veja.