Biden desiste de tentar reeleição nos EUA e apoia Kamala Harris
Da Redação
21 de julho de 2024(atualizado 21/07/2024 às 21h46)Presidente americano estava sob pressão crescente dentro e fora do partido para deixar corrida. Democratas agora precisarão definir outro nome para enfrentar Trump em novembro
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Kamala Harris e Joe Biden em evento na Casa Branca
Joe Biden anunciou neste domingo (21) que desistiu de tentar a reeleição. Numa carta publicada nas redes sociais, o presidente americano afirmou que apoia o nome de sua vice, Kamala Harris, para ser a candidata do Partido Democrata.
O anúncio vem após semanas de pressão para o político de 81 anos deixar a corrida à Casa Branca após eventos como o primeiro debate televisivo levantarem dúvidas sobre sua competitividade na disputa contra o republicano Donald Trump.
“Decidi não aceitar a indicação e focar minhas energias nas minhas funções como presidente até o fim do meu mandato. Minha primeira decisão como indicado do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que eu tomei. Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para Kamala ser a candidata do nosso partido neste ano. Democratas — é hora de se unir e derrotar Trump”
Joe Biden
presidente dos Estados Unidos, em postagem nas redes sociais neste domingo (21)
Os questionamentos diretos à candidatura de Biden se intensificaram após uma performance num debate televisivo contra Trump em 27 de junho, quando o presidente apresentou fragilidade, não conseguiu completar frases e divagou em alguns momentos, como relatou o Nexo.
O democrata inicialmente resistiu à pressão e tentou dar demonstrações públicas de força, mas membros importantes do partido passaram a trabalhar nos bastidores para convencê-lo de desistir da candidatura. Após o atentado contra Donald Trump em 13 de julho, vários deles tornaram a insatisfação pública, conforme registrou o jornal The Guardian.
A cerca de três meses da eleição de novembro, Biden tem aparecido atrás de Trump em pesquisas de intenção de voto em estados considerados decisivos para a corrida, como Pensilvânia e Wisconsin. Entenda o que são esses “swing states” num Expresso do Nexo.
A desistência acontece a menos de um mês da convenção democrata, marcada para começar em 19 de agosto. Com Biden na corrida, o evento iria apenas formalizar a candidatura do presidente, que venceu as eleições primárias. Assim como a eleição nacional, as primárias ocorrem com uma votação indireta por meio de delegados.
Com Biden fora, os milhares de delegados do partido ficam livres para escolher outro candidato. Isso abre caminho para possivelmente haver uma disputa aberta, em que candidatos fazem campanha diretamente junto a esses representantes. A última vez que isso aconteceu no Partido Democrata foi em 1968, como lembrou a Folha de S.Paulo.
O nome mais forte para obter a maioria no partido é o da vice Kamala Harris, que já faz parte da chapa original e recebeu o apoio de Biden. Mas há outros nomes aventados na legenda, como os governadores Gavin Newsom, da Califórnia, e Gretchen Whitmer, de Michigan. Os democratas podem também promover uma votação virtual antecipada e se unir em torno de um nome antes da convenção, conforme explicou o jornal Washington Post.
Num comunicado divulgado por Harris, ela diz que está “honrada de ter o apoio do presidente” e quer ser a candidata democrata à presidência em 2024. “No ano que passou, eu viajei pelo país, conversando com americanos sobre a escolha clara dessa importante eleição. É isso que continuarei fazendo nos próximos dias e semanas. Farei tudo o que está a meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump e sua agenda extremista do Projeto 2025“, afirmou.
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