Quatorze pessoas doaram mais de R$ 1 milhão para candidatos
Caroline Souza e Gabriel Zanlorenssi
13 de setembro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h42)Lista é composta por empresários. Doação por empresas é proibida no Brasil e super-ricos repassam recursos como pessoas físicas
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Nas eleições gerais, desde 2018 são vedadas doações de empresas para candidatos no Brasil. Os super-ricos continuam doando, como pessoas físicas, seguindo um limite de 10% de sua renda bruta anual.
Entre os 14 que doaram mais de R$ 1 milhão para candidatos em 2022, apenas dois cederam recursos para um único candidato. Oscar Cervi (produtor rural) para Jair Bolsonaro, e Heitor Linden para Roberto Argenta, candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PSC. Linden e Argenta são sócios na mesma empresa de calçados.
Os irmãos Alexandre e Pedro Grendene, também do ramo dos calçados, doaram para os candidatos do PT no Ceará, onde a família tem fábrica. Alexandre também doou para Argenta no RS. Ricardo Minatto (Brametal) doou apenas para candidatos do próprio estado, no caso, Santa Catarina.
O maior doador deste ano é Marcos Ermírio de Moraes, um dos herdeiros do grupo Votorantim, e candidato a 2º suplente de senador em Goiás pelo PSDB. Ele doou 86,6% desse total para candidatos tucanos em Goiás e São Paulo.
Salim Mattar, empresário mineiro da Localiza e ex-secretário de privatizações do governo Bolsonaro, é o segundo maior doador, com boa parte dos recursos distribuídos a candidatos do partido Novo.
Rubens Ometto (Raízen), Candido Bracher (ex-presidente do Itaú), Armínio Fraga (Gávea Investimentos) e Robert Lyra (Delta Sucroenergia) doaram para candidatos de diferentes partidos, mas principalmente no campo da direita e centro-direita.
Os irmãos Walter e João Moreira Salles, que tem participação acionária na CBMM (Companhia Brasileira de Metalúrgica e Mineração), doaram para candidatos à esquerda, dos partidos que compõem a coligação de Lula no plano federal, como PT, PSOL, Rede, PSB e PCdoB.
Completam a lista Odílio Balbinotti Filho, que é produtor rural como Oscar Cervi. Os dois são os únicos dos grandes doadores que deram dinheiro para uma campanha presidencial, no caso a de Jair Bolsonaro. Os dados são uma parcial até 12 de setembro e podem mudar até o fim da campanha.
NOTA DE ESCLARECIMENTO: Em uma versão anterior do gráfico, o nome do Itaú era associado aos irmãos Walter e João Moreira Salles. Ainda que o patrimônio deles seja em parte originário do banco, os dois não são mais acionistas da empresa. A informação foi ajustada às 14h02 do dia 14 de setembro de 2022.
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