Como as teorias da conspiração e as notícias falsas atuam no processo de compreensão de quem as recebe?

A pesquisa se destaca porque discute aspectos presentes nas entrelinhas da vida cotidiana. E como essa subjetividade da vida cotidiana abre brechas para que mentiras políticas se instalem e provoquem perturbações irreais.

O artigo interpreta a essência da ideia de notícias falsas e teorias da conspiração a partir do conceito de “absurdo” de Albert Camus.

Uma vez que se assume a falta de sentido do mundo e da existência humana, base do pensamento de Camus, fica evidenciado que tanto teorias da conspiração quanto notícias falsas tentam fornecer um propósito existencial vinculado a uma moralidade específica (ligada a uma religião ou ideologia). Os valores que deveriam ser referência, são corrompidos em nome de uma vitória política, tornando-se fins em si mesmos.

As teorias da conspiração e as notícias falsas criam uma perspectiva artificial da vida, um caminho a ser seguido e nunca questionado, sob uma orientação ideológica e/ou religiosa. Por sua vez, isso oculta a falta de sentido que define a existência humana. Como consequência, atribui antagonismo a tudo e a todos que não compactuam com essa narrativa falaciosa e seu ideário.

Pessoas interessadas e preocupadas com a política contemporânea, jornalistas, publicitários, pesquisadores das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e profissionais do setor tecnológico.

Arthur Freire Simões Pires (Arthur Grohs) é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mestre e doutorando em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).