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Marcelo Coelho

Falta muito para reformar de verdade o ensino médio

12 de abril de 2023

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Para ser menos radical, proponho o seguinte. Fim da lição de casa. E que o espaço das escolas, com seu tempo letivo, seja utilizado para a lição de casa, acompanhada pelo professor

Sempre é bom consultar as entidades envolvidas (em especial professores e alunos), de modo que não tenho nada contra o “freio de arrumação” imposto pelo governo Lula no caso da reforma do ensino médio.

Também não tenho nada contra a ideia geral apresentada pelo governo Temer. É um inferno ser obrigado a fazer três anos de química ou física quando se tem certeza de estar vocacionado para a dança, para o teatro ou para as letras.

O ensino de ciências deveria ser mais genérico, e menos voltado para a resolução de problemas com fórmulas e continhas que só são um condicionamento para testes de admissão.

Faço uma pergunta. Por que livros de história do Brasil ou de divulgação científica se tornam best-sellers entre o público adulto, constituindo leituras interessantíssimas para qualquer pessoa com alguma formação?

Os trabalhos de Laurentino Gomes sobre a independência do Brasil e a escravidão, os de Marcus du Sautoy sobre matemática, os de Stephen Jay Gould sobre evolução, vendem bem para o público geral.

Marcelo Coelhoé jornalista, com mestrado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Escreveu três livros de ficção (“Noturno”, “Jantando com Melvin” e “Patópolis”), dois de literatura infantil (“A professora de desenho e outras histórias” e “Minhas férias”) e um juvenil (“Cine Bijou”). É também autor de “Crítica cultural: teoria e prática” e “Folha explica Montaigne”, além de três coletâneas com artigos originalmente publicados no jornal Folha de S.Paulo (“Gosto se discute”, “Trivial variado” e “Tempo medido”).

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.

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