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Foi um dos primeiros (e mais horríveis) reality shows da televisão. Em 1998, uma emissora japonesa sorteou um candidato para seu novo “desafio”. O rapaz não sabia do que se tratava, nem que seria filmado o tempo todo, para consumo da audiência.
Pegaram Tomoaki Hamatsu, puseram-no pelado num quarto sem móveis, sem comida, sem nada. A única coisa de que ele dispunha era uma quantidade de revistas, uma caneta, papel e envelopes.
Na época, as revistas japonesas estavam repletas de concursos e ofertas de prêmios, para quem mandasse os cupons pelo correio.
A ideia era fazer com que Tomoaki vivesse daquilo que pudesse ganhar nos sorteios. Ficaria no quarto até que o valor dos prêmios alcançasse um milhão de ienes.
Ele tinha uma cara comprida, meio engraçada, que lhe valeu muito bullying na infância e o apelido de “Nasubi” (Berinjela). O público da emissora começou a gostar dele, e torcer para que ganhasse alguma coisa.
Marcelo Coelhoé jornalista, com mestrado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Escreveu três livros de ficção (“Noturno”, “Jantando com Melvin” e “Patópolis”), dois de literatura infantil (“A professora de desenho e outras histórias” e “Minhas férias”) e um juvenil (“Cine Bijou”). É também autor de “Crítica cultural: teoria e prática” e “Folha explica Montaigne”, além de três coletâneas com artigos originalmente publicados no jornal Folha de S.Paulo (“Gosto se discute”, “Trivial variado” e “Tempo medido”).
Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.
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