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Marcelo Coelho

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10 de abril de 2024

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História de um dos reality shows mais horríveis da TV foi reconstituída no documentário ‘O competidor’

Foi um dos primeiros (e mais horríveis) reality shows da televisão. Em 1998, uma emissora japonesa sorteou um candidato para seu novo “desafio”. O rapaz não sabia do que se tratava, nem que seria filmado o tempo todo, para consumo da audiência.

Pegaram Tomoaki Hamatsu, puseram-no pelado num quarto sem móveis, sem comida, sem nada. A única coisa de que ele dispunha era uma quantidade de revistas, uma caneta, papel e envelopes.

Na época, as revistas japonesas estavam repletas de concursos e ofertas de prêmios, para quem mandasse os cupons pelo correio.

A ideia era fazer com que Tomoaki vivesse daquilo que pudesse ganhar nos sorteios. Ficaria no quarto até que o valor dos prêmios alcançasse um milhão de ienes.

Ele tinha uma cara comprida, meio engraçada, que lhe valeu muito bullying na infância e o apelido de “Nasubi” (Berinjela). O público da emissora começou a gostar dele, e torcer para que ganhasse alguma coisa.

Marcelo Coelhoé jornalista, com mestrado em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo). Escreveu três livros de ficção (“Noturno”, “Jantando com Melvin” e “Patópolis”), dois de literatura infantil (“A professora de desenho e outras histórias” e “Minhas férias”) e um juvenil (“Cine Bijou”). É também autor de “Crítica cultural: teoria e prática” e “Folha explica Montaigne”, além de três coletâneas com artigos originalmente publicados no jornal Folha de S.Paulo (“Gosto se discute”, “Trivial variado” e “Tempo medido”).

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do Nexo.

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