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Nunca imaginaríamos que um abraço ou um aperto de mão seriam gestos civilizatórios dos mais difíceis de acontecer. Essa crise toda está nos fazendo pensar e refletir: que mundo nós queremos? Será que o chão que pisamos, até agora, é suficiente para fazer com que entendamos que a nossa sobrevivência é dependente do comportamento carinhoso, solidário e fraterno do ser humano?
A saúde é o principal bem que temos; ela é tudo: princípio, meio e fim. Sem saúde não há vida, não há trabalho, sonhos, esperança e amor. Quando a gente adoece ou quando alguém de que gostamos tanto e que guardamos “do lado esquerdo do peito” vai embora e deixa saudade, o que nos resta? A lembrança? As palavras que ficaram no meio do caminho? O arrependimento de não ter acompanhado o pôr do sol com olhos de criança?
O adoecimento é uma flecha que nos atinge para dizer que somos frágeis. Mas, com o tempo, fomos compreendendo, pesquisando e descobrindo novos conhecimentos para prevenção e tratamentos eficientes de doenças. A ciência nos faz enxergar que é possível evoluir sem descaracterizar o humano que há em nós. Há de se buscar sempre o equilíbrio para assegurar o avanço e o respeito dentro de um contexto de indiferenças.
Este tempo atual é atribulado, mas jamais podemos negá-lo. A pandemia da covid-19 veio para nos alertar que como as coisas estão no mundo elas não podem ficar. Há imensos problemas que a humanidade ainda não soube resolver. Ou de uma maneira mais efusiva e questionadora: ela sabe os seus problemas, mas a questão é não resolvê-los por simples coerência ideológica e domínio dos mais poderosos sobre os mais fracos. A eterna desfaçatez dos governos e grupos econômicos.
Milhares estão morrendo com essa pandemia. O mundo se curva, atônito, a cenas vistas somente em guerras, catástrofes, atentados terroristas e fome coletiva. Uma triste realidade. Há governos que estão sabendo enfrentá-la, mas há governos que se perderam nas suas próprias insignificâncias e perversidades, fazendo parte daquele seleto grupo de homens que não dignificam a sua própria existência e história.
Paulo Paim
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