Uma história cultural do humor brasileiro, segundo este pesquisador
Laura Capelhuchnik
26 de junho de 2018(atualizado 28/12/2023 às 02h34)Professor do Departamento de História da USP, Elias Thomé Saliba analisa, em livro, dilemas de identidade do comediante no Brasil e os códigos que explicam nossas piadas, sátiras e chistes
Quando o viajante alemão Alexander Von Papen passou pelo Brasil, em 1912, contaram-lhe que no processo de construção da Avenida Central, em 1906, no Rio, então capital federal, o único prédio que desabou foi o do Clube de Engenharia, graças a um erro de cálculo.
“O fidalgo alemão sorriu diante da ficção da anedota – mas disseram-lhe, em seguida, que o caso não era para rir, pois havia realmente acontecido”, descreve o historiador e professor da USP Elias Thomé Saliba no livro “Crocodilos, Satíricos e Humoristas Involuntários”, lançado em junho de 2018.
A história ilustra uma das interrogações centrais do livro: a existência, no Brasil, de um humorismo involuntário e indissociável da realidade, incorporado ao cotidiano.
Saliba analisa, em quatro ensaios, o que há nas piadas, sátiras e chistes desta “autêntica galáxia, composta por incomensuráveis planetas de órbitas anárquicas” que é o humor, manifestado de maneira verbal, gráfica ou corporal, para criticar ou acariciar, entre outras tantas variações de estrutura ou propósito.
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