‘Linha de Lula afasta chance de concessões ao Sul Global’
Marcelo Montanini
23 de fevereiro de 2024(atualizado 26/02/2024 às 09h47)Professor de relações internacionais da FGV, Matias Spektor diz ao ‘Nexo’ que, a despeito de credenciais do presidente brasileiro, política externa do terceiro mandato patina na criação de pontes com potências do Ocidente
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Lula durante evento em São Paulo, em abril de 2023
Mesmo num contexto de pressão mundial sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu devido aos bombardeios que vêm deixando dezenas de milhares de palestinos mortos, a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva associando ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra (1939-1945) mina possibilidades de construção de uma ponte sólida entre as potências do Ocidente e os países do Sul Global.
A avaliação é de Matias Spektor, professor da Escola de Relações Internacionais da FGV (Fundação Getulio Vargas). Ele diz que o retorno de Lula ao Planalto para um terceiro mandato trazia expectativas de uma concertação que pudesse extrair concessões dos EUA e da Europa para os interesses dos países pobres ou em desenvolvimento. Mas, segundo o professor, isso não tem acontecido.
Nesta entrevista ao Nexo, Spektor analisa os impactos das atitudes de Lula nos interesses estratégicos do Brasil, que na quarta (21) e na quinta (22) sediou o primeiro encontro de chanceleres do G20, grupo ampliado que reúne as maiores economias do mundo.
A comparação de Lula entre a ação de Israel em Gaza e o extermínio de judeus pelos nazistas foi repercutida pela imprensa internacional, mas líderes mundiais evitaram comentários. Qual foi o real impacto externo dessa fala?
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