Pelo menos 25 pessoas morreram e 3 mil ficaram desalojadas em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região metropolitana de São Paulo no início de março.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, entre os dias 10 e 11 de março choveu o equivalente a 40% do esperado para todo o mês. Os municípios mais afetados foram Mairiporã, Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi e Guarulhos.

No Rio de Janeiro, a chuva que atingiu a cidade na noite de sábado (12) deixou pelo menos cinco mortos. Em duas horas choveu cerca de 45% do que era esperado para o mês. Segundo a prefeitura carioca, choveu o equivalente a seis horas da chuva que havia caído em São Paulo dois dias antes.

Só em 2016, alagamentos e enchentes provocados pelas chuvas já deixaram mortos em cidades do Rio Grande do Sul, em Itapecerica da Serra, município da Grande São Paulo, e em São Sebastião, no litoral paulista. O problema é recorrente nesta época do ano. A chuva, no entanto, é a causa mais aparente – não é a única. Trata-se de uma combinação de fatores: ocupação desordenada, acúmulo de lixo e entulho e falta de planejamento urbano.

“Na verdade são muito poucos os problemas brasileiros que podem ser considerados realmente desastres naturais, ou seja, provocados exclusivamente pela própria natureza”, diz Álvaro Rodrigues dos Santos, geólogo e ex-diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. Segundo ele, a maioria de nossos problemas de ordem geológica e hidrológica é de alguma forma induzida por erros técnicos cometidos pelo homem na gestão do uso do solo, tanto nas cidades quanto no campo.