Expresso

Como é o primeiro modelo matemático do sistema muscular humano

Guilherme Eler

03 de fevereiro de 2018(atualizado 28/12/2023 às 01h48)

Autores esperam que esquemas desse tipo auxiliem na previsão de lesões compensatórias, que surgem quando um músculo sofre desgaste por conta do mau funcionamento de outro

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, desenvolveram um modelo matemático , ligado à geometria, que demonstra as relações que ossos e músculos mantêm no corpo humano. No esquema, ossos são representados como pontos e músculos como linhas, que têm a função de conectar tais pontos. A ideia é que, investigando essas conexões, médicos e fisioterapeutas possam compreender melhor a área de influência que cada músculo possui no corpo, auxiliando na prevenção e recuperação de lesões.

A escolha de representar graficamente o impacto de elementos menores em um cenário mais amplo faz referência a um campo da ciência conhecido como ‘redes complexas’ .

Um bom exemplo do funcionamento em ‘rede’ está na estrutura de uma cadeia alimentar na natureza. Cada animal seria representado por um ponto e sua relação com outra espécie (seja como predador ou como presa, por exemplo), como linhas. Retirar ou incluir alguma linha ou ponto pode desequilibrar todo o ambiente, comprometendo populações e aumentando a competição.

Vários outros fenômenos podem ser lidos da mesma forma. A ideia de rede pode ser aplicada à computação e às telecomunicações, ou ainda ser usada para explicar graficamente as conexões entre usuários de mídias sociais ou as relações linguísticas entre diferentes idiomas e dialetos, por exemplo.

“A ideia de analisar o sistema músculo-esquelético humano como uma rede surgiu com um acidente de bicicleta que sofri enquanto cursava minha graduação em Cambridge, na Inglaterra. Machuquei o manguito rotador (músculo que protege o úmero, osso da região do ombro) e essa primeira lesão causou uma nova, que me deixou de molho por bastante tempo e me tirou da equipe de ciclismo da universidade”, disse Danielle Bassett, professora do Departamento de Bioengenharia da Universidade da Pensilvânia que liderou o estudo, em entrevista ao site da revista científica PLOS. “Além do incômodo que me causou, a situação serviu para ilustrar o fato de que lesões musculares não ocorrem isoladamente.”

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