2 boatos verificados sobre a pandemia para você ficar de olho
Da Redação
11 de setembro de 2020(atualizado 23/08/2024 às 13h52)O ‘Nexo’ integra o Comprova, coalizão de 28 veículos jornalísticos que busca combater a desinformação
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As redes sociais são um importante meio de comunicação para cidadãos e governos, ao divulgar e esclarecer assuntos de interesse público. Mas nelas também se proliferam posts, imagens e vídeos fabricados, manipulados ou retirados de contexto que podem causar danos. É um ambiente em que conteúdos podem ser disseminados rapidamente, sem preocupações com fonte ou veracidade.
Para combater a desinformação nas redes surgiu o Comprova, do qual o Nexo faz parte. A iniciativa, que teve início em 2018, está agora em sua terceira fase e conta com a colaboração 28 veículos de comunicação para monitorar e verificar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas do governo federal, as eleições municipais de 2020 e a pandemia da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Devido ao cenário crítico do país em relação ao controle da doença, a checagem de fatos sobre a pandemia adquiriu um nível de importância ainda maior, uma vez que a desinformação afeta diretamente a saúde das pessoas. Nesse sentido, tem havido uma prevalência de checagens sobre o assunto.
O Nexo resume, abaixo, duas verificações da semana sobre a pandemia.
Uma publicação no Twitter defende a não obrigatoriedade de uma eventual campanha de vacinação contra a covid-19 afirmando que o tratamento ou a vacina contra doenças como febre amarela, tuberculose, dengue, aids e sífilis não são obrigatórios. Porém, não é possível comparar esses diferentes casos. Além de essas doenças terem formas de transmissão, tratamentos e protocolos governamentais diferentes, elas não são responsáveis por um estado de pandemia como a covid-19.
Para reforçar a argumentação, o tuíte afirma que a “taxa de morte” causada pelo novo coronavírus é baixa. De fato, a letalidade (razão entre número de mortes e o total de infectados) da covid-19 é menor do que as das doenças citadas. Mas outros indicadores – como mortalidade (mortes em relação ao total da população), total de óbitos e casos diagnosticados – fazem com que a covid-19 seja tratada como uma emergência no mundo todo e que o seu controle seja prioritário.
Especialistas ouvidos pelo Comprova ressaltaram a importância da vacinação em massa e afirmaram que os mais de 4 milhões de infectados pelo novo coronavírus no Brasil fazem com que a covid-19 seja mais preocupante que a febre amarela, por exemplo. A febre amarela tem um imunizante obrigatório no calendário de vacinação do Estatuto da Criança e do Adolescente e, mesmo com taxa de letalidade superior à da covid-19, registrou apenas 18 casos entre julho de 2019 e maio de 2020, com três mortes.
Apesar de ainda não existir uma vacina com eficácia comprovada contra a covid-19, uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro prevê a obrigatoriedade da vacinação enquanto seguir o estado de calamidade pública. Porém, o debate sobre a obrigatoriedade da vacina voltou a ser assunto em agosto, depois que Bolsonaro contradisse a legislação, afirmando que ninguém seria obrigado a se vacinar.
A verificação foi realizada por Estadão e UOL e foi validada por outros veículos, incluindo o Nexo . Veja a verificação na íntegra .
Uma postagem também no Twitter afirma que, “segundo cientistas”, o sol do meio-dia seria eficaz na erradicação da covid-19, sendo suficiente para “matar o vírus” em 34 minutos. Essa afirmação não tem embasamento científico.
Um artigo publicado em junho na revista Photochemistry and Photobiology menciona a relação entre a exposição do sol e a inativação do vírus, citando um intervalo de tempo de 34 minutos, assim como o tuíte. No entanto, esse estudo foi criticado por ter problemas metodológicos e não permite, portanto, chegar a essa conclusão.
A exposição ao sol é uma fonte de vitamina D. Pesquisas já relacionaram a falta de vitamina D no organismo ao enfraquecimento do sistema imunológico e ao surgimento de problemas respiratórios, o que não quer dizer que sua presença seja suficiente para eliminar o novo coronavírus. Os estudos não são conclusivos e não estabelecem uma relação de causa e efeito.
A verificação foi realizada por Nexo , Band News FM e Gaúcha ZH e foi validada por outros veículos. Veja a verificação na íntegra .
Você recebeu algum conteúdo sobre o novo coronavírus que gerou dúvida e gostaria que o Comprova checasse? Envie uma mensagem de WhatsApp para (11) 97795-0022 ou pelo site do Comprova .
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