Que variante é essa? Os nomes dados pela OMS às cepas da covid
Redator
15 de junho de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h11)Letras do alfabeto grego foram adotadas para facilitar a comunicação sobre mutações do novo coronavírus. Quatro linhagens foram classificadas como de preocupação global
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Imagem microscópica do Sars-CoV-2, vírus da covid-19
A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou em 31 de maio a criação de um sistema de nomenclatura para variantes do novo coronavírus, o Sars-CoV-2. As cepas monitoradas pela organização passaram a ser chamadas de letras do alfabeto grego, como alfa, beta e gama.
O novo sistema não substitui os nomes científicos (B.1.1.7 ou 20I/S:501Y.V1, por exemplo), mas foi proposto para padronizar e facilitar a comunicação pública sobre as variantes.
O intuito também é evitar que as mutações fiquem conhecidas pelos nomes dos locais onde foram primeiro descobertas, como “variante brasileira” ou “variante indiana”, o que pode gerar um estigma contra esses países e desestimular a divulgação de novas informações sobre o vírus.
“Nenhum país deve ser estigmatizado por detectar e relatar novas variantes”
Mutações são comuns e esperadas. Elas acontecem por falhas na replicação do material genético do vírus. Novas variantes do Sars-CoV-2 estão sempre surgindo — a maioria delas não afeta significativamente as suas características. No entanto, algumas cepas têm taxas de transmissão maiores ou reagem de forma diferente a medicamentos e imunizantes.
A OMS reconhece seis “variantes de interesse”, que já causaram transmissão comunitária do vírus, geraram vários casos de covid-19 e/ou foram detectadas em diferentes países. Há ainda quatro “variantes de preocupação”, que, além dos fatores anteriores, também foram associadas a pelo menos uma das alterações abaixo:
Alfa (B.1.1.7)
Identificada no Reino Unido em setembro de 2020, a cepa alfa foi classificada como variante de preocupação pela OMS em 18 de dezembro de 2020.Estudos mostram que a linhagem tem uma taxa de transmissão 30% a 50% maior do que variantes anteriores. Ela foi responsável pela segunda onda de covid-19 no Reino Unido e em outras nações europeias no final de 2020 e já foi detectada em 140 países , incluindo o Brasil. Em abril de 2021, tornou-se a principal variante em circulação nos Estados Unidos . Alguns estudos indicam que o vírus alfa pode causar um quadro de sintomas mais grave e aumentar o risco de morte, mas ainda não há consenso quanto a isso. As vacinas em uso funcionam normalmente contra essa variante.
Beta (B.1.351)
A variante beta foi descoberta em dezembro de 2020, na África do Sul, e tornou-se a principal causa de covid-19 no país. Ela foi classificada como de preocupação pela OMS em 18 de dezembro.Oficiais de saúde sul-africanos dizem que a cepa é 50% mais contagiosa do que a linhagem original do vírus. A mutação já chegou a 93 países e não parece causar sintomas mais graves. Pesquisas indicam que essa variante pode ser mais resistente à resposta imunológica do organismo. A vacinação com o imunizante da AstraZeneca foi suspensa na África do Sul , depois que estudos mostraram proteção mínima contra o vírus.
Gama (P.1)
Esta é a cepa identificada em Manaus (AM), que entrou na classificação de preocupação da OMS em 11 de janeiro de 2021. A variante gama foi uma das causas do colapso no sistema de saúde da capital amazonense, e hoje é responsável pela maioria dos casos de covid-19 no Brasil.Pesquisas indicam que ela pode ser duas vezes mais contagiosa do que a linhagem original do vírus e já foi detectada em 56 países . Não há dados que mostrem que essa variante é mais letal. A gama tem mutações parecidas com a variante beta, o que levanta preocupações sobre a capacidade de imunização. No entanto, estudos mostram que as vacinas Coronavac , AstraZeneca, Pfizer e Johnson & Johnson oferecem proteção contra a cepa.
Delta (B.1.617.2)
A cepa delta foi detectada em outubro de 2020 na Índia. Foi primeiro classificada como uma variante de interesse pela OMS em 4 de abril de 2021, e passou para a categoria de preocupação em 11 de maio.Acredita-se que essa é a mutação mais transmissível até agora — estudos estimam que ela é pelo menos 40% mais contagiosa do que a variante alfa. A delta tem se disseminado pelo mundo e já foi encontrada em 74 países, incluindo o Brasil. No Reino Unido, é responsável por 90% dos novos casos de covid-19. Casos observados na Índia levantam receios de que a variante pode causar sintomas mais severos, incluindo gangrena e perda de audição . No Reino Unido, pesquisadores dizem que ela pode ser confundida com um resfriado intenso , causando dor de cabeça, dor de garganta e coriza. Estudos britânicos mostram que as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são menos eficazes, mas ainda protegem contra a delta.
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