Ômicron: perguntas e respostas sobre a nova variante da pandemia
Cesar Gaglioni
26 de novembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h32)Identificada na África do Sul, cepa do vírus causador da covid-19 desperta alerta ao redor do mundo. O ‘Nexo’ lista as informações conhecidas até o momento a respeito do tema
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Imagem microscópica do Sars-CoV-2, vírus da covid-19
Uma nova variante do vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19, chama a atenção do mundo no fim de novembro de 2021. Trata-se da ômicron, que recebeu esse nome na sexta-feira (26) da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Identificado inicialmente na China, no fim de 2019, o Sars-CoV-2 já matou 5,18 milhões de pessoas no mundo desde então, 614 mil delas no Brasil, segundo país onde mais óbitos foram registrados – o campeão é os Estados Unidos.
As vacinas contra a doença foram desenvolvidas em tempo recorde e chegaram no fim de 2020. A imunização da população, porém, é desigual pelo mundo. No Brasil, o índice de pessoas com esquema vacinal completo é de 62%.
A pandemia, decretada em março de 2020, ainda é uma ameaça, diante de novas ondas. Neste texto, o Nexo traz perguntas e respostas sobre o papel das variantes na crise e explica como a ômicron se encaixa nesse contexto.
Vírus precisam encontrar um hospedeiro, infectá-lo e, dentro dele, fazer cópias de si mesmo. Nem sempre o organismo é capaz de fazer cópias idênticas, se replicando de forma que mudanças em sua estrutura genética ocorram. Esse fenômeno é conhecido como mutação. Quando uma mutação consegue se replicar em um nível significativo, ela se torna uma variante. Mutações e variantes são normais em vírus, bactérias e organismos complexos.
Ao todo, 15 variantes já foram detectadas e listadas pela OMS. As principais são a alfa (a original), beta, gama (detectada inicialmente no Brasil, em Manaus) e delta. Lambda e mu são monitoradas, mas não são consideradas preocupantes pela OMS. A variante mais recente, e que causa preocupação, é a ômicron.
A variante ômicron é a mais nova cepa do Sars-CoV-2, classificada como “variante de preocupação” porque possui rápida capacidade de mutação , o que, eventualmente, pode torná-la mais transmissível e mais resistente a imunizantes. De acordo com a OMS, dados preliminares apontam que a ômicron pode ter mais capacidade de reinfectar pessoas que já tiveram a doença no passado. As mutações da ômicron acontecem principalmente na proteína spike, que forma a“coroa” do vírus, responsável por grudá-lo nas mucosas do infectado.
A variante ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul, mas já foram registrados casos em pelo menos 13 países nos cinco continentes. Outros países monitoram casos suspeitos. Até domingo (28), nenhum caso tinha sido confirmado no Brasil, mas a Anvisa(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apurava o caso de um brasileiro que passou pela África do Sul e foi diagnosticado com a covid-19.
O nome das variantes é dado a partir das letras do alfabeto grego . A medida ajuda a reduzir o estigma em relação ao local em que ela foi encontrada pela primeira vez, pois oferece uma alternativa neutra em relação a nomes como “variante sul-africana”. Ômicron é a 15ª letra do alfabeto grego, e sua grafia é idêntica à letra “O” do alfabeto romano – a nova cepa é a 15ª variante a ter sido detectada.
Até domingo (28), a OMS não tinha uma resposta para essa pergunta. Para obter a conclusão é necessário fazer testes de neutralização . Neles, são cultivadas cópias do vírus, que são misturadas com anticorpos de pessoas vacinadas. Então, os cientistas analisam qual a carga viral que continua infectando as células para determinar se o imunizante foi ou não foi efetivo. As quatro principais vacinas em uso, Pfizer, Astrazeneca, Coronavac e Janssen, são efetivas contra as outras variantes.
Países como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Itália, França, República Tcheca, Cingapura e Japão, entre outros, determinaram restrições de voos vindos da África do Sul e de outros países da região da África austral. Israel e Marrocos fecharam totalmente as fronteiras. No Brasil, u ma portaria foi publicada proibindo a partir de segunda-feira (29) a entrada no Brasil de quem esteve, nos últimos 14 dias, em seis países africanos: África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
A OMS não recomenda nenhuma cautela extra em decorrência da ômicron, além daquelas já habituais: vacinação, uso de máscaras, distanciamento social e preferência para atividades em locais abertos e sem aglomeração.
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