FOTO:SATISH KUMAR/REUTERS – 14.JAN.22

A variante ômicron do coronavírus causa preocupação desde o início da sua circulação no fim de 2021 por ser mais transmissível . O Brasil atingiu, em janeiro de 2022, a maior taxa de transmissão do vírus que causa a covid-19 desde o início da pandemia, em 2020.

Ainda que a ômicron tenha mais propensão a infectar pessoas vacinadas, os imunizantes são essenciais para proteger contra quadros graves da doença e morte. A maior transmissibilidade da ômicron também significa, segundo especialistas, que o uso de máscaras mais eficientes contra o coronavírus é outro elemento fundamental para evitar o contágio e combater a pandemia.

Entidades internacionais já recomendam o uso dos respiradores N95 ou PFF2 e KN95, por conta do seu melhor desempenho na proteção da covid-19 em comparação com máscaras cirúrgicas e de pano. Em formato de concha ou de “bico de pato”, os equipamentos desse tipo são produzidos de forma industrial, tem material mais resistente e capaz de filtrar o ar inalado e costumam ter elásticos em volta da cabeça. Essas máscaras também têm melhor vedação — ou seja, elas não têm “buracos” que deixam o ar entrar entre o rosto e a máscara.

As máscaras do tipo N95 ou PFF2 são descartáveis — e não devem ser lavadas —, mas podem ser reutilizadas enquanto seu material estiver íntegro. Para isso, é importante fazer a manutenção das máscaras PFF2/N95 de forma correta. Ao jornal New York Times , a professora de engenharia Linsey Marr, especialista em transmissão viral pelo ar, deu algumas orientações sobre como fazer isso.

Marr diz que ainda existem poucas orientações oficiais sobre o uso desse tipo de máscara. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos recomenda que os profissionais de saúde que usam esse tipo de proteção descartem as máscaras após cerca de 8 horas de uso durante 5 dias, com no máximo 40 horas de utilização.

No Brasil, a situação é semelhante. Recentemente, em janeiro de 2022, o Ministério da Saúde lançou uma portaria recomendando o uso das N95 ou PFF2 para profissionais que atuam na linha de frente da pandemia, mas não forneceu orientações sobre como utilizar as máscaras. Já o INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde), que faz parte da Fiocruz, recomenda o descarte do respirador assim que evidências de uso fiquem aparente, mas recomenda que o usuário procure as recomendações feitas pelos fabricantes das máscaras no país.

Para pessoas que não precisam usar a máscara por tantas horas por dia, a indicação de Marr é que o estado da proteção seja monitorado: é preciso ficar atento a qualquer tipo de furo na superfície da máscara e na capacidade de vedação da mesma. Com o tempo de uso, o respirador irá apresentar sinais de danificação em sua estrutura, falta de forma e marcas de sujeiras, o que indica a necessidade de descarte imediato. O perfil brasileiro Qual Máscara? (@qualmascara), que reúne informações sobre máscaras com base em estudos científicos, faz o cálculo médio de 15 utilizações até que os respiradores passem a apresentar tais danos.

Marr reforça, ainda, que a máscara não deve ser molhada. Caso isso aconteça, o descarte também deve ser realizado porque o material do respirador perde sua capacidade de filtrar as partículas externas, tornando o produto ineficiente.

A engenheira alerta que, caso a pessoa que esteja utilizando o respirador tenha sido exposta a alguém que esteja contaminado com o vírus da covid-19, o vírus permanece ativo por cerca de 30 minutos na parte exterior da máscara. Por isso é indicado que, ao retirar a proteção, o indivíduo toque somente nas bordas e no elástico do respirador.

Independentemente da situação, após o uso, é necessário deixar a máscara pendurada – por cerca de 3 até 7 dias – em um ambiente arejado para que ela possa secar naturalmente. Caso os respiradores precisem ser transportados em mochilas ou bolsas, é recomendado armazenar o protetor em um saco plástico para proteger de possíveis danos.