Desigualdade aumenta no Brasil da pandemia: o 1% está mais rico

Da Redação

25 de junho de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h12)

Topo da pirâmide social passa a concentrar quase metade de toda a riqueza, enquanto maioria vê perdas se acumularem

O Nexo depende de você para financiar seu trabalho e seguir produzindo um jornalismo de qualidade, no qual se pode confiar.Conheça nossos planos de assinatura.Junte-se ao Nexo! Seu apoio é fundamental.

Temas

Brasil Economia Política

Compartilhe

FOTO: PILAR OLIVARES/REUTERS – 21.04.2020

Uma mulher negra está encostada na abertura da porta de uma casa pobre. Ela veste uma roupa simples e uma máscara, e olha profundamente para a câmera

Mulher em frente à sua casa na comunidade do Mandela, no Rio de Janeiro

O 1% mais rico do Brasil passou a deter 49,6% da riqueza total do país em 2020, ano do começo da pandemia. Esse percentual inédito é 2,7 pontos mais alto em relação ao registrado em 2019. Os dados são do relatório Riqueza Global, publicado anualmente pelo Credit Suisse.

O Brasil é o segundo país mais desigual, entre dez países analisados, ficando atrás apenas da Rússia, onde o 1% mais rico detém 58,2% da renda nacional.

O avanço dos mais ricos sobre a renda cresceu durante a pandemia em oito dos dez países avaliados. O número de milionários com fortuna superior a US$ 50 milhões subiu 24% no mundo todo, de acordo com o estudo. Já a riqueza mundial teve alta de 7,4% em um ano, chegando a US$ 418 trilhões no fim de 2020.

Em contraste, no mesmo período de um ano, o Brasil também registrou a maior queda na renda e no patrimônio total da população – a riqueza encolheu 20% entre 2019 e 2020, ou US$ 839 bilhões em valor absoluto. Pela primeira vez em 17 anos, mais da metade da população brasileira está em situação de insegurança alimentar, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.