FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS – 23.FEV.2021

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (6), em entrevista à rádio Jovem Pan, que o caso da compra da vacina indiana Covaxin não justifica,ao menos por enquanto, a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Segundo Lira, a medida “desestabilizaria a economia” e “pararia o Brasil”.

“ Neste momento não há nenhum fato novo que tenha alguma ligação direta com o presidente da República, a não ser o fato de um parlamentar ter dito que entregou a ele alguns documentos, que não justificam, por enquanto e até agora, a abertura de um processo de impeachment”

Arthur Lira

presidente da Câmara dos Deputados, em entrevista à Jovem Pan

Há suspeitas de irregularidades e sobrepreço no processo de aquisição da vacina. S egundo relataram à CPI da Covid do Senado o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, responsável pelo setor de importação da pasta, Bolsonaro foi alertado em fevereiro. O caso tornou o presidente alvo de um inquérito por prevaricação no Supremo Tribunal Federal, autorizado pela ministra Rosa Weber na sexta-feira (2).

A CPI tem colhido depoimentos sobre suspeitas de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. Além do caso da Covaxin — cujo contrato foi suspenso pela pasta depois que as denúncias vieram a púbico —, a comissão investiga um suposto pedido de propina revelado pelo vendedor Luiz Paulo Dominguetti , que disse representar a empresa Davati Medical Supply na tentativa de vender doses da AstraZeneca.

A declaração dada por Lira nesta terça (6) foi mais uma no sentido de descartar a possibilidade de abertura de um processo de afastamento de Bolsonaro. Em 1º de julho, ele disse não haver “disposição política ” no Congresso. Lira já recebeu mais de cem pedidos de impeachment, o mais recente apresentado em 30 de junho por representantes de diferentes partidos, lideranças sociais e movimentos populares. Apelidada de “superpedido de impeachment” , a iniciativa atribui 23 crimes de responsabilidade ao presidente e cita os depoimentos dos irmãos Miranda à CPI da Covid.

A pressão afavor do impeachment tem crescido com a adesão de novos grupos além da oposição. No sábado (4), milhares de manifestantes foram às ruas no terceiro dia de protestos nacionais contra Bolsonaro, que teve maior amplitude política entre os participantes.

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