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Morre crítico musical José Ramos Tinhorão, aos 93 anos 

Isadora Rupp

03 de agosto de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h16)

Conhecido pela língua afiada e trabalho de pesquisa sobre a historia da música no país, jornalista é autor de obras consideradas fundamentais para entender a MPB

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FOTO: ACERVO/INSTITUTO MOREIRA SALLES

O crítico musical e jornalista José Ramos Tinhorão

O crítico musical e jornalista José Ramos Tinhorão

O crítico, historiador musical e escritor José Ramos Tinhorão morreu nesta terça-feira (3), aos 93 anos. A informação foi confirmada ao site G1 pela Editora 34, responsável pela publicação da maioria dos 25 livros do autor. A causa da morte não foi divulgada.

Tinhorão foi um crítico temido, considerado exigente e polêmico – teve atritos com artistas da bossa nova e do tropicalismo, sob o argumento de que as músicas não representavam o Brasil de fato. Livros como ”História Social da Música Popular Brasileira” são considerados clássicos para entender a trajetória da MPB.

Nascido em Santos (SP) em 7 de fevereiro de 1928, Tinhorão estudou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e na Faculdade de Filosofia da Universidade Nacional. Começou a trabalhar como jornalista na década de 1950 e passou por veículos como as revistas Veja e Senhor e os jornais Última Hora e Diário Carioca. No último, ficou conhecido como ”homem legenda” por conta da facilidade em criar textos para fotos.Também trabalhou em televisão.

Começou suas pesquisas na área musical nos anos 1960. Nos anos 1970 e 1980, o jornalista colaborou com um dos cadernos culturais mais importantes da imprensa brasileira, o Caderno B, do Jornal do Brasil.

Ao longo da vida, o jornalista reuniu um acervo com mais de 10 mil itens, entre discos de vinil, livros, jornais, revistas e filmes, adquirido pelo Instituto Moreira Salles em 2001. O conjunto dos materiais está disponível online . Completam o acervo 39 entrevistas do crítico, reunidas no YouTube .

Segundo o Instituto, o crítico ganhou o apelido de Tinhorão, uma planta tóxica, por causa da língua afiada. Em entrevista ao jornal O Globo, em 2015, o crítico foi duro com a produção atual e declarou que não havia mais música brasileira para se criticar no país.

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