Bolsonaro repete ameaças a STF em motociata em Florianópolis
Da Redação
07 de agosto de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h16)Ao fim de semana marcada por reações institucionais ao seu discurso golpista, presidente voltou a atacar ministros do Supremo e o sistema eleitoral
Jair Bolsonaro durante motociata em Florianópolis
Em evento para apoiadores na cidade de Florianópolis neste sábado (7), Jair Bolsonaro voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal e a defender o voto impresso como condição para a realização de eleições em 2022. A sétima motociata com participação do presidente aconteceu ao fim de uma semana marcada pela reação institucional às frequentes ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral, na qual o presidente, pressionado por inquéritos, chegou a falar em atropelar a Constituição .
O passeio de moto na capital catarinense reuniu milhares de apoiadores, e contou com a presença de figuras como o empresário Luciano Hang, da rede de lojas Havan, o pastor Silas Malafaia, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr. Após a motociata, Bolsonaro discursou durante cerca de 20 minutos, e disse – novamente sem apresentar provas – que o voto impresso é uma garantia de “eleições limpas” e que seus adversários vão “quebrar a cara”.
“Faremos tudo pela nossa liberdade, por eleições limpas, democráticas. Eleição fora disso que eu falei não é eleição. Há mais de um ano tenho advertido que temos que ter eleições limpas no Brasil. Não continuem nos provocando, não queiram nos ameaçar. Quem está com Deus e o povo tem o poder”
Na quinta-feira (5), a comissão especial da Câmara rejeitou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que cria o voto impresso no Brasil, associado às urnas eletrônicas, defendida por Bolsonaro. A proposta vai ser levada ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), mas é improvável que os governistas consigam aprová-la.
Nesta mesma semana, o presidente virou alvo de inquéritos no Tribunal Superior Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal por suas declarações. A defesa do sistema eleitoral e da democracia também ganhou adesão inédita de empresários e banqueiros, entre eles antigos entusiastas de Bolsonaro, que num manifesto condenaram as “ aventuras autoritárias ” do presidente.
Pressionado por investigações, pelo aumento na rejeição a seu governo, pela crise da covid-19 e por altos índices de desemprego e inflação, Bolsonaro tem subido o tom de suas ameaças golpistas no primeiro semestre de 2021, e escolheu como alvo principal o sistema eleitoral que o elegeu em 2018.
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