Presidente da Caixa é notificado por exigir flexões em festa
Da Redação
17 de dezembro de 2021(atualizado 28/12/2023 às 23h34)Procuradoria do Trabalho do Distrito Federal recomenda que episódio que ocorreu em evento do banco em Atibaia (SP) não seja repetido, sob pena de abertura de investigação
Pedro Guimarães, presidente da Caixa, em evento em Brasília
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi notificado na quinta-feira (16) pelo Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal por ter feito funcionários do banco “pagarem flexões” durante um evento de fim de ano na terça-feira (14), na cidade de Atibaia, em São Paulo. O órgão recomendou a Guimarães que não repita o episódio nem submeta mais os trabalhadores a “situações de constrangimento no trabalho”.
O evento chamado de Nação Caixa foi realizado num hotel na cidade, com a presença de gerentes, superintendentes e funcionários de alto escalão. Além das flexões, os presentes foram instados a “dar estrelas” como ginastas. Segundo a Procuradoria, o descumprimento da recomendação está sujeito a pena de abertura de uma investigação e “adoção de medidas administrativas e judiciais para correção da conduta”. Nesse caso, o presidente do banco poderá ser responsabilizado nos âmbitos civil, criminal e administrativo.
No documento, o procurador Paulo Neto ressalta que assédio moral é “uma violência psicológica, tendo o condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores” e lembra que o Tribunal Superior do Trabalho já reconheceu como “abusivo e reprovável” exigir que um funcionário faça flexões de braço.
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região decidiu na quinta-feira (16) enviar ao Ministério Público do Trabalho uma denúncia de assédio moral contra a direção do banco por causa do episódio. Além do sindicato, a confederação dos bancários e a federação de trabalhadores da Caixa divulgaram uma nota conjunta em que chamam a conduta de Guimarães de “extremamente constrangedora”.
A denúncia feita à Procuradoria do Trabalho do Distrito Federal destaca que o presidente da Caixa “imita o presidente Jair Bolsonaro” ao estimular as flexões. Em diversas ocasiões, Bolsonaro já incitou o ato comum aos militares. O episódio em Atibaia foi interpretado como um agrado de Guimarães ao presidente.
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