Cânion desaba e deixa mortos em lago turístico de Minas
Da Redação
08 de janeiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h17)Rocha se desprende no Lago de Furnas, em Capitólio, atinge quatro lanchas e mata dez pessoas
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Pedras atingem lanchas em Minas Gerais
Uma rocha de grandes dimensões se desprendeu de um cânion no Lago de Furnas, na estância turística de Capitólio (MG), atingiu quatro lanchas e matou dez pessoas neste sábado (8). Não há desaparecidos, mas mergulhadores e bombeiros seguem no local fazendo buscas para auxiliar na investigação da tragédia.
Nesta segunda-feira (10), a Polícia Civil terminou de identificar as vítimas fatais, todas embarcadas na mesma lancha. São elas:
Além dos mortos, 32 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para os serviços de saúde de Capitólio, Passos, São José da Barra e Piumhi. Apenas uma delas segue hospitalizada, com quadro de saúde estável.
Algo entre 70 e 100 pessoas estavam no local no momento da tragédia. A Marinha e a Polícia Civil informaram que vão investigar o acidente. De acordo informações preliminares, o desabamento foi causado por uma tromba d’água, fenômeno meteorológico no qual ventos formam um funil de água, aliada à erosão natural do cânion. Veja o vídeo do momento abaixo:
URGENTE!!! Pedras se soltam de cânion em Capitólio, em Minas, e atingem três lanchas. pic.twitter.com/784wN6HbFy
— O Tempo (@otempo) January 8, 2022
No fim da manhã, a Defesa Civil mineira havia emitido um alerta para chuvas intensas na região, com possibilidade de “cabeça d’água”. Geólogos consultados pela imprensa ao longo de sábado (8) afirmaram que desabamentos como da tragédia são comuns, mas que em épocas de tempo instável deveria haver sinalizações ou barreiras delimitando e isolando zonas de risco.
Em entrevista coletiva neste domingo (9), o prefeito de Capitólio, Cristiano Silva (PP), disse não ver culpados na tragédia e que não houve uma análise de risco geológico no local porque o evento era inesperado. “Foi uma fatalidade e precisamos buscar soluções de segurança para que não aconteça mais”, afirmou mais cedo à CNN.
O presidente Jair Bolsonaro e o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), manifestaram solidariedade por meio das redes sociais. Falando à CNN no domingo (9), Zema disse que vítimas devem ser indenizadas. Há incerteza sobre quem deveria se responsabilizar por medidas de segurança no local. Segundo informações do portal UOL , os parques naturais onde ficam as principais atrações não impõem restrições para a circulação de embarcações.
“ É uma área de visitação pública. É como se no Rio de Janeiro rolasse uma pedra do Pão de Açúcar e atingisse alguém. Só que, neste caso, estamos falando de uma área sob jurisdição da Marinha. É algo que teremos que analisar. Essas vítimas com certeza têm direito a alguma reparação, mas o responsável não tenho condição de responder. Não sei se é uma propriedade privada ou de Furnas. Há uma série de interrogações ainda a responder”
Destino turístico badalado, o Lago de Furnas é conhecido como “mar de Minas”. A economia da região é predominantemente baseada no turismo. Ao longo do fim de semana, todo o estado foi atingido por fortes chuvas, que causaram alertas para rompimentos de barragens, forçaram centenas de pessoas a saírem de suas casas e mataram pelo menos duas pessoas na região metropolitana de Belo Horizonte – além das vítimas da tragédia de Capitólio.
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