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ONGs denunciam uso de bombas de fragmentação na Ucrânia

Da Redação

28 de fevereiro de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h22)

Munições do tipo atingem alvos indiscriminados e com frequência funcionam depois como minas terrestres. Entidades falam em possíveis crimes de guerra, e ucranianos pedem apuração da ONU

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FOTO: NATALIA SOSYURA/HRW – FEV.2002

Edifício com várias janelas estilhaçadas

Hospital na cidade ucraniana de Vuhledar, que teria sido atingido por munições de fragmentação, segundo a Human Rights Watch

No quinto dia dos ataques da Rússia à Ucrânia, acumulam-se as denúncias de organizações da sociedade civil de que as tropas russas estão usando bombas do tipo “cluster”, ou bombas de fragmentação. Imagens indicam que munições do tipo podem ter sido usadas na cidade de Kharkiv , a segunda maior do país, de acordo comMark Hiznay, da divisão de armas da Human Rights Watch, em entrevista ao jornal americano The Washington Post nesta segunda-feira (28).

As bombas de fragmentação, ao disparadas, explodem no ar e liberam dezenas ou centenas de munições menores que se espalham por uma área do tamanho aproximado de um campo de futebol, aumentando o potencial de mortes de forma indiscriminada. Além disso, é frequente que as munições menores não explodam ao atingirem os alvos e, assim, remanesçam como uma espécie de mina terrestre.

A Human Rights Watch afirmou que já na quinta (24), primeiro dia da invasão, um foguete com munição do tipo atingiu a área externa de um hospital na cidade de Vuhledar, matando ao menos quatro civis e ferindo outros dez. A Anistia Internacional relatou o mesmo sobre os ataques de sexta (25), quando o alvo foi uma creche, com berçário e jardim de infância , na cidade de Okhtyrka. A ação, segundo a entidade, resultou na morte de três pessoas, incluindo uma criança.

Rússia e Ucrânia estocam o míssil balístico Tochka equipado com ogivas de munição cluster, segundo a Human Rights Watch. Tanto Forças do governo ucraniano quanto grupos armados apoiados pela Rússia usaram munições de fragmentação no leste da Ucrânia entre 2014 e 2015, quando a Crimeia foi anexada por Putin, segundo a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa).

Desde 2010, está em vigor a Convenção sobre Munições de Dispersão, que proíbe munições do tipo e já foi ratificada por mais de 100 países. Rússia e Ucrânia não fazem parte da convenção — nem o Brasil , que exporta esse tipo de munição. Mas mesmo assim o uso de tecnologias de caráter cruel pode ser considerado crime de guerra.

A Ucrânia pediu nesta segunda (28) uma investigação do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia tanto na ofensiva atual quanto na anexação da península da Crimeia, em 2014. Os membros do Conselho concordaram em debater o assunto na quinta (3).No Tribunal Penal Internacional, que processa pessoas, e não Estados, a Procuradoria pediu autorização da corte para iniciar investigações contra o presidente russo, Vladimir Putin.

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