Lygia Fagundes Telles morreu aos 103 anos, não aos 98
Da Redação
08 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h26)Informação era até então desconhecida por fãs, imprensa e Academia Brasileira de Letras. Pesquisador descobriu verdadeira idade da escritora ao checar documentos antigos
A escritora Lygia Fagundes Telles
A escritora paulistana Lygia Fagundes Telles, que morreu no último domingo (3), tinha 103 anos de idade , não 98— como muitos fãs, a imprensa e até a Academia Brasileira de Letras acreditavam. A revelação foi feita pelo pesquisador Daniel Taddone por meio de uma postagem nas redes sociais publicada na mesma data da morte da autora.
Para chegar a essa conclusão, o genealogista conferiu documentos como a certidão de casamento da escritora com o primeiro marido, Gofredo Teixeira da Silva Telles. O documento aponta que ela nasceu em 19 de abril de 1918, não em 19 de abril de 1923.A informação foi confirmada pelo portal G1, que teve acesso à carteira de identidade da autora.
“Hoje morreu Lygia Fagundes Telles. E sua genealogia nos mostra que a grande escritora guardava um segredo: ela era cinco anos mais velha do que dizia”, disse o genealogista na postagem. “A pesquisa genealógica muitas vezes revela dados e fatos escondidos há décadas. A análise dos registros de fonte primária pode desafiar nossas crenças. Quem nunca desvendou alguns segredinhos com o auxílio da genealogia?”, afirmou.
Com a revelação, está incorreta, portanto, a d ata de nascimento informada por Lygia Fagundes Telles à Academia Brasileira de Letras, onde a escritora ocupou a cadeira nº 16. De acordo com o site da instituição , ela teria nascido em 19 de abril de 1923. Em nota, a entidade declarou que a escritora preferia manter a discrição em relação à idade.
Entre livros de contos e romances, Lygia Fagundes Telles escreveu inúmeras obras, como“Horas nuas”, de 1989, e “Ciranda de pedra”, publicada em 1954 e adaptada duas vezes para a televisão em novelas, uma em 1981 e outra em 2008. Lygia foi protagonista no “Manifesto dos intelectuais”, texto com mais de 1.000 assinaturas que, em 1977, reivindicou o fim da censura que era imposta no Brasil pela ditadura militar (1964-1985).
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