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Orixás e afrofuturismo são destaque em desfiles finais no Rio

Da Redação

24 de abril de 2022(atualizado 28/12/2023 às 22h28)

Carnaval carioca de 2022 celebrou a cultura negra, com metade das escolas explorando o tema, da luta antirracista à exaltação de personalidades

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FOTO: PILAR OLIVARES/REUTERS – 23.04.2022

Em homenagem a Exu, Grande Rio se apresenta em segundo dia de desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro

Em homenagem a Exu, Grande Rio se apresenta em segundo dia de desfiles das escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro

A noite do sábado (24) marcou o segundo e último dia do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Seis das doze escolas do grupo especial do carnaval carioca destacaram o povo e a cultura negra em seus enredos de 2022.

Na sexta-feira (23), primeiro dia de desfile, Salgueiro e Beija-Flor puseram abaixo obelisco e estátuas de colonizadores . No sábado (24), a Paraíso do Tuiuti, que iniciou o desfile, celebrou o afrofuturismo, ligando grandes personalidades negras aos ensinamentos dos orixás e daqueles que povoaram o mundo na diáspora africana.

A escola levou para a avenida carros em homenagem aos Panteras Negras e às Estrelas Além do Tempo, cientistas negras que foram pioneiras em trabalhos na Nasa, a agência espacial americana.

FOTO: PILAR OLIVARES/REUTERS – 23.04.2022

Paraíso do Tuiuti desfila em segundo dia do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro

Paraíso do Tuiuti desfila em segundo dia do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro

Em uma viagem à savana africana, a Portela contou a história do Baobá, árvore sagrada testemunha do tempo, exaltando a ancestralidade e a cultura iorubá. O desfile também rendeu homenagens a Monarco, ícone do samba e presidente de honra da escola, que morreu em dezembro de 2021, aos 88 anos.

A escola Mocidade Independente homenageou o orixá Oxóssi, que tem sob seu domínio o arco e a flecha. Foi o elemento da flecha que veio no abre-alas, voando na avenida por meio de um drone. O destaque ficou para a rainha de bateria, Giovana Angélica, que raspou a cabeça para vir igual aos ritmistas, vestidos de Oxóssi. Uma das estruturas teve problemas de locomoção e não entrou na avenida, causando um “buraco” entre as alas.

A Acadêmicos do Grande Rio trouxe em seu enredo Exu, um dos orixás mais importantes das religiões de matrizes africanas, a fim de desmistificar a sua imagem. Transformando lixo em arte, algumas fantasias e elementos utilizaram de retalhos e materiais recicláveis em sua composição. A rainha de bateria, a atriz Paolla Oliveira, veio de Pombagira, a representação feminina de Exu.

FOTO: PILAR OLIVARES/REUTERS – 23.04.2022

Rainha de bateria da escola de samba Grande Rio, a atriz Paolla Oliveira

Rainha de bateria da escola de samba Grande Rio, a atriz Paolla Oliveira

Outras duas escolas desfilaram: a Vila da Tijuca trouxe para a Sapucaí a lenda do guaraná, homenageando o povo Sateré-Mawé, que traz em sua lenda uma criança como personagem central; e a Vila Isabel, última a desfilar, fez um tributo à vida e carreira do cantor Martinho da Vila, presidente de honra da escola, com o enredo “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho!”.

A apuração dos votos dos jurados ocorre na terça-feira (26), quando a escola campeã de 2022 será conhecida.

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